No meu primeiro comentário cinematográfico, afirmei que era bastante patriótico com relação a filmes brasileiros e que existem muitos que merecem sem valorizados. Sem dúvida, continuo concordando com tal afirmação. Entretanto, esqueci de dizer que há milhares de filmes internacionais que também têm o direito de serem apreciados.
Afinal, quem nunca assistiu um filme da Disney durante a infância? Quem nunca se encantou com a filosofia de Matrix, a ação pirotécnica de Star Wars, os efeitos especiais de Homem-Aranha ou de Jurassic Park? Quem não sentiu um calafrio quando viu o Sexto Sentido e Sinais? Quem não se apaixonou pela inocência de Forrest Gump e do semelhante Edwarda Mãos de Tesoura, ou sentiu uma nostalgia ao ver De Volta para o Futuro e Esqueceram de Mim? Quem nunca caiu de gargalhada com os filmes de Jim Carrey ou com as palhaçadas do atrapalhado pirata Jack Sparrow?
Poderia passar o resto do dia descrevendo uma lista de filmes marcantes. Só que hoje não. No lugar de relatar cada item da lista, ireia acrescentar mais um nome à ela. E só depois irei comentar a maravilhosa sensação que foi ver Toy Story 3.
Antes que você me chame de criança, leitor, devo dizer sim que esse é um filme infantil... Mas para crianças que já cresceram. Acredito que poucas são as crianças de hoje que acompanharam as aventuras do caubói Woody e do astronauta Buzz Lightyear, até porque os dois primeiros filmes aconteceram na metade e no fim dos anos 90. Como creio que os heróis infantis da atualidade sejam Ben 10, Naruto ou Bob Esponja (estou muito desatualizado com relação aos desenhos de hoje), acho difícil elas perceberem a carga sentimental que Toy Story 3 carrega. É óbvio que existem exceções, mas não é a mesma coisa; só os antigos fãns, aqueles que conheceram os brinquedos desde o início, são capazes de sentir a melancolia do adeus e deixar os olhos marejarem ao final do filme.
A entrada do filme já deixa claro: a infância passou. O tempo de brincar com bonecos expirou e agora não passa de uma breve lembrança. Andy, o dono dos brinquedos, cresceu. E, como tal, há consequências. Ele vai para a faculdade e precisa decidir o que fazer com os brinquedos velhos. Decide então doá-los para uma creche. E é neste ponto que a Disney e a Pixar se superaram, pois, basicamente, Toy Story 3 é uma história de sobrevivência.
A creche a qual foram doados não é lá um paraíso. No início é tudo um mar de rosas, mas depois os brinquedos descobrem que aquele local é uma prisão comandada pelo urso ditador Lotso (que chega a lembrar um mafioso no estilo Poderoso Chefão ou Família Soprano). A partir daí, o astronauta Buzz e o restante de seus amigos tentam encontrar uma saída em meio a tanta repressão, enquanto Woody tenta voltar para o seu antigo dono, na esperança de ainda ser últil. No entanto, o caubói retorna ao saber que seus amigos estão em apuros. E, como sempre juntos, mergulham na jornada rumo ao antigo lar, antes que Andy parta para a faculdade e seja tarde demais.
Como já falei (e não vou cansar de repetir) a Pixar se superou. Ela fez o espectador mergulhar de tal forma no filme, que é possível sentir a emoção e a reflexão de cada brinquedo, através dos seus olhares tristes e dos gestos comoventes. (Destaque para a cena do lixão, onde todos os brinquedos caminham em direção ao fogo mortal). É quase impossível não se emocionar... Quem não quiser derramar uma lágrima sequer, sugiro que respire fundo. Várias vezes.
Um enredo cheio de aventura e sentimentalismo, que de certa forma mexe com aquela criança aprisionada dentro de nós. Toy Story mais uma vez conseguiu ser marcante, e, definitivamente, entrou para minha lista.
Trailer:
Cara, vi esse filme. Realmente é para crianças que já cresceram, mas acho que os fãs de Ben 10 vão curtir (pensando bem, nem tanto...) Léo, olha os spoilers. Valeu!
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