sábado, 19 de junho de 2010

Eu sou o mensageiro





"Antes até de começar a entrar em detalhes sobre mim, acho melhor ir contando alguns outros fatos:
1. Quando tinha 19 anos, Bob Dylan já era veterano da noite do Greenwich Village, em Nova York.
2. Salvador Dalí já tinha pintado uma porrada de quadros sensacionais e se rebelado quando fez 19 anos.
3. Joana D'Arc era a mulher mais procurada e caçada no mundo quando tinha 19 anos, tendo criado uma revolução.
Daí vem Ed Kennedy, também com 19 anos de idade...

Estou sempre me perguntando "e aí, Ed, o que você fez de útil nesses 19 anos de vida?" A resposta é simples: porra nenhuma
."


É assim que se descreve o protagonista do livro "Eu sou o mensageiro", de Markus Zusak, mesmo autor de A Menina que Roubava Livros (desse eu falarei outro dia). Bom, acredito que apenas por essa descrição já deu pra sentir um pouco do "drama".


Escolhi esse livro para o meu primeiro comentário literário porque, de certa forma, foi uma obra que mexeu comigo... Não sei explicar muito bem o motivo, mas foi um dos melhores livros que li ano passado. Tão bom, que o reli no início deste ano. Espero que o leitor aprecie o comentário e se interesse em lê-lo.


Voltemos ao protagonista: Ed Kennedy, garoto de 19 anos, táxista, mora sozinho e tem um cachorro velho que é viciado em café, Porteiro. Além disso, tem três amigos com quem joga pôquer semanalmente: Marv, o mão-de-vaca; Ritchie, a preguiça em pessoa; e finalmente Audrey, sua melhor amiga, por quem sente um amor platônico. Ah, quase ia me esquecendo... Ele se considera um completo zé-mané. Aparentemente, um cara normal que leva uma vida normal. Correto?


Errado.


Ed passa a viver uma vida dupla a partir do momento que impede um assaltante de roubar um banco. Ele mal poderia imaginar que um gesto tão nobre fosse repercutir na mídia... e que por causa disso fosse destinado a receber as cartas. É a partir daí que Ed Kennedy torna-se o mensageiro.


Dentro de cada envelope que Ed recebe, há uma carta de baralho: um ás. Para quem não sabe, existe quatro tipos de áses: o de copas, o de espada, o de paus, e o de ouros. Ele não os recebe nessa ordem, mas o que importa mesmo é que cada uma dessas cartas têm um significado, e carregam um desafio diferente. Carregam o endereço e os nomes das pessoas para quem Ed deve mandar uma mensagem.


Sem saber quem estava por trás daquilo e por quê ele fora escolhido, Ed embarca nessa jornada. Inicialmente, parece muito fácil. Entretanto, à medida que você avança na sua leitura por entre as páginas repletas de alegrias, amor, tristeza, comoção e até um pouco de filosofia, acaba-se descobrindo que ajudar pessoas não é uma tarefa nada fácil. Só para ter uma ideia: o primeiro desafio de Ed é ajudar uma mulher que é agredida pelo marido quase todas as noites.


Ainda que seja um caminho bombardeado por obstáculos que precisam ser quebrados, Ed vai descobrindo a passos lentos que também trata-se de um caminho de auto-conhecimento. Ele passa a enxergar as pessoas de outra forma, observando suas falhas e seus acertos; passa a ver a si mesmo como alguém que tem potencial de persistir naquilo que realmente quer; e, principalmente, reconhece que não é o único que tem problemas. Graças a suas tarefas, ele percebe que as pessoas que necessitam de qualquer tipo de ajuda estão mais próximas do que se imagina.


Ed Kennedy deixa de ser um zé-ninguém e passa a ser um realizador de sonhos. "Eu sou o mensageiro" é um ótimo livro. Tocante em muitas cenas. Porém, devo alertar: para aqueles que não gostam de palavrões, é melhor nem chegar perto. Para aqueles que não ligam, eu recomendo.


Então é isso... boa leitura!

Um comentário:

  1. Eu amei esse livro!!!! Mexeu demais comigo.
    Estou postando um comentário em meu blog agorinha.

    Bjs :=)

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