sábado, 17 de setembro de 2011

Forrest Gump: O Contador de Histórias

"Minha mãe dizia que a vida é como uma caixa de bombons: você nunca sabe o que vai encontrar".


A arte de contar histórias é uma habilidade adquirida por meio de muito treino, ou, é claro, se quem a conta tiver vivenciado cada detalhe. Para alguns, não importa se o conteúdo relatado seja verdade ou mentira, basta apenas que o modo com que a narrativa é destrinchada seja natural, sincera, simples e apaixonante. É esse estilo, essa nobre forma de se contar uma história, que fica marcada não somente na lembrança de quem a viveu, mas sobretudo na daqueles que escutaram com atenção e respeito.

Como já é de conhecimento geral (pelo menos deveria ser), histórias marcantes têm o direito de serem revisitadas. Não no intuito de evitar um possível esquecimento, e sim para relembrar os aspectos que as tornam tão memoráveis. Forrest Gump: O Contador de Histórias, possui os ingredientes certos para rebuscar na nossa mente os motivos pelos quais não deve ser esquecido.

Forrest Gump (Tom Hanks) é um rapaz simples que cresceu em uma pequena cidade do Alabama. Na infância, tinha problemas ortopédicos e foi criado de acordo com os conceitos que sua mãe tinha do mundo, o que talvez seja a razão para o personagem ser tão ingênuo. Contudo, atrevo-me a dizer que a inocência de Gump é o fator que mais encanta e surpreende o espectador, pois ele atravessa todas as etapas da "jornada do herói" sem perdê-la em nenhum momento. Esta forma infantil de enxergar as coisas dá à narrativa uma comicidade irresistível que permeia quase todo o filme. Ainda criança, Forrest descobre o valor da amizade ao lado de Jenny, e graças a ela aprendeu a correr e a amar.

O fato de correr como o vento garantiu a Forrest uma vaga no time de futebol. De maneira ingênua (é importante não esquecer disso), ele tornou-se um atleta astro durante os anos de faculdade. Após se formar, alistou-se no exército e foi recrutado para servir na Guerra do Vietnã. Lá ele conhece Bubba, um pescador de camarão, e o Tenente Dan Taylor, futuro sócio. Sem entrar muito em detalhes, enquanto as oportunidades surgem para Forrest progredir na vida, ele nunca tirou da cabeça sua amada Jenny. Como é exposto no decorrer da exibição, Jenny não tem a mesma sorte, embarcando no movimento hippie da década de 60, nos prazeres carnais, e conhecendo as novas maneiras de "expandir a mente". E o gentil Forrest, dotado da capacidade de compaixão, ainda vê em Jenny a garotinha pura de outrora, nas mais diversas situações embaraçosas.

O filme estreou nos cinemas em 1994, ganhou 6 Orcars (incluindo o de Melhor Filme e Melhor Ator para Tom Hanks) e foi dirigido por Robert Zemeckis (Diretor dos clássicos Uma Cilada para Roger Rabbit e da trilogia De Volta para o Futuro). Além da simplicidade e da beleza com as quais Zemeckis dirigiu o longa, o roteiro de Eric Roth também merece seu destaque; ainda que o foco do enredo seja a vida de Forrest e sua paixão inesgotável por Jenny, por trás de tudo isso há os acontecimentos marcantes da história dos Estados Unidos, de modo que Forrest presencia os principais fatos do século XX que ocorreram no seu país e os relata como se fossem coisas corriqueiras. Isso sem mencionar as maneiras hilárias com as quais ele influenciou determinadas pessoas...

Importante ressaltar os efeitos especiais, que na época foram revolucionários. Afinal, deram a Forrest a possibilidade de se encontrar com pessoas que já estavam mortas. Como, por exemplo, na foto abaixo, em que Gump vai a um programa e conhece John Lennon, encontro este que inspirou o músico a escrever uma de suas canções mais conhecidas: Imagine. Graças também à computação gráfica, Forrest encontrou-se com os presidentes John Kennedy e Richard Nixon.

De um jogador de futebol, Forrest passou a ser um herói americano, capitão de um barco, campeão nacional de ping-pong e dono de empresas bem sucedidas, nunca abandonando suas maiores características: a inocência e a bondade, mesmo diante da desigualdade, do abandono e da morte. Um enredo narrado de forma alegre, frágil e engraçada, com seus momentos lindos e tocantes, dignos de serem recordados por muitos anos. Forrest Gump: O Contador de Histórias é um filme que mistura ficção com verdade e que não tem o objetivo de mudar a atitude das pessoas, porém, para quem escuta e assiste, encanta e inspira com uma tremenda facilidade. Como toda boa história deve fazer.



"Eu corria para chegar aonde estava indo. Nunca achei que isto ia me levar a algum lugar".


Trailer (sem legenda):

2 comentários:

  1. Adoro esse filme!!! Ja li o livro tbem! recomendo!

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    1. Verdade Ana Paula? Que bom ! Então eu vou procurar e ler, depois volto pra um debate obrigado pela dica :)

      leodragonioficial@gmail.com

      possuo uma página sobre o filme no facebook

      https://www.facebook.com/pages/F%C3%A3s-de-Forrest-Gump/372487129476490

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