quarta-feira, 20 de julho de 2011

Mandei Avisar



Estou mandando avisar que essa música é dedicada a todos os meus amigos, a todos aqueles que já foram meus amigos e a todos aqueles que ainda serão! E a você que, esteja onde estiver, faz sempre questão de visitar o Menino das Letras.

Mandei avisar, também, para prestar bastante atenção na letra da música. Embora você pense que eu poderia ter escolhido uma canção melhor, a mensagem que nela está contida não deixa de transmitir os lados positivos dessa relação afetiva tão valiosa e que pode ser encontrada em qualquer lugar do mundo.

Aproveito para mandar avisar à você que tome mais cuidado com seus amigos, trate-os com respeito e não com negligência, cultive a amizade que há entre vocês. Acredite, um dia você precisará deles e sentirá um vazio enorme quando estiver sozinho. Afinal de contas, "tú te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas".

Por fim, mando avisar que você celebre esse dia ao lado de pelo menos um deles. Se ele ou ela estiver muito longe, faça uma ligação, envie um torpedo, mande um scrap, qualquer coisa que o(a) faça se sentir lembrado(a). Mas caso esteja do seu lado, dê-lhe um abraço e um aperto de mão, pois são em pequenos gestos que podemos encontrar grandes coisas.

O que mais posso dizer?

Feliz Dia do Amigo!!!


Letra:

Vou dizer pro mundo inteiro nesse som
Vou dizer pro mundo inteiro como é bom
Como é bom ouvir a ciência de um amigo
Que te traz um incentivo
Vou dizer pro mundo inteiro nesse som
Vou dizer pro mundo inteiro como é bom
Como é bom ouvir a ciência de um amigo
Que te traz um pensamento positivo
E te deixa até mais vivo, por incrível que pareça
Por incrível que pareça, combustível pra cabeça
Combustível pra cabeça, pra cabeça e pra alma
Muita calma nessa hora, nessa hora muita calma
Eu tava meio sem gás, estressado demais
Meu amigo não é Cristo, mas foi ele que me trouxe... PAZ
E me trouxe mais luz, mesmo não sendo Jesus, nem Davi nem Maomé
Meu amigo me encheu de... FÉ
É, tô falando de uma coisa normal
Que acontece entre pessoas normais, mortais, de carne e osso
Não é religião, mas também tem um lado espiritual
E pode te tirar do fundo do poço

Mandei avisar
Pro mundo inteiro
Que amizade, meu irmão
Vale mais que dinheiro

Sei que pode parecer clichê
Mas não é preciso, tenho muito pra aprender
Dinheiro vem, dinheiro vai
Dinheiro vai, dinheiro vem
Saúde e paz, infelizmente também
E é aí que você vê quem é quem
Mas tem mais Deus pra dar do que o Diabo pra tirar
(Tem mais Deus pra dar do que o Diabo pra tirar)
Amizade de verdade é semente bem plantada e forte
É semente bem plantada
Que floresce nas melhores e piores condições
Principalmente nas piores
E da mesma maneira que não existe amor sem perdão
Não existe amizade sem a convicção de que é preciso continuar
É preciso continuar; apesar de tudo, é preciso continuar confiando
Pra não endurecer como as cidades
Nem tudo é consumo, nem tudo é lobby, nem oportunidade
De usar as pessoas em busca de alguma recompensa
Amizade é a semente que eu rego, o amuleto que eu carrego e alimenta a minha crença
De que a força dessa cumplicidade
É o que faz a diferença

E é por isso que esse refrão faz bem a gente lembrar
É por isso que esse refrão faz bem a gente cantar
E é por isso que esse refrão faz bem
Faz bem a gente mandar avisar, avisar

Mandei avisar
Pro mundo inteiro
Que amizade, meu irmão
Vale mais que dinheiro.

sábado, 16 de julho de 2011

Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2


Harry Potter, você lutou bravamente... mas permitiu que seus amigos morressem por você no lugar de me enfrentar. Esta noite, encontre-se comigo... e enfrente seu destino”.


É uma sensação desconcertante (quase indescritível, ouso dizer) saber que o final está próximo, especialmente quando ele está com data e hora marcadas. O sentimento de perda e de partida são os resquícios de tudo aquilo que foi assimilado, visitado e preenchido. O receio de presenciar o fim é, afinal, uma característica compreensível visto que milhões de leitores e telespectadores compartilham da mesma apreensão; é possível deixar tudo para trás após 10 anos? Será que uma simples despedida conseguirá suprir todas as aventuras vividas em centenas de páginas e revividas nas telas do cinema? Quem dera ter essas respostas para amenizar o sofrimento dos fiéis seguidores, pois muitos deles hoje, assim como eu, deram seu último adeus a Harry Potter, o menino que sobreviveu.

Ano passado, na minha crítica de Relíquias da Morte.1, disse que o filme havia sido bastante fiel à obra, o que realmente agradou muitas pessoas e esclareceu as razões pelas quais a adaptação do último livro da saga precisou ser dividida em duas partes. Escolha essa que se revelou mais do que sensata, uma vez que a extensão da história exigia uma abordagem mais minuciosa. É por isso que é necessário lembrar: embora sejam duas partes distintas, elas contam a mesma história; consequentemente, aquele que pretende assistir a parte 2 sem antes ter visto a 1 ficará mais aluado do que astronauta girando em órbita.


A chegada de Relíquias da Morte.2 não causou tanta euforia por motivos tolos e simplórios. Ela é a peça fundamental que faltava para completar o quebra-cabeças, o farol que restava para iluminar o fim do túnel. Se na parte 1 tivemos a oportunidade de conhecer o prato principal, aqui temos o prazer de degustá-lo. E fico feliz em dizer que o filme conseguiu desempenhar essa função muito bem. Logo de início, temos um breve vislumbre da última cena da parte 1, em que Voldemort rouba a Varinha das Varinhas do túmulo de Dumbledore. Agora dotado do poder da invencibilidade, o Lorde das Trevas recruta o maior número possível de Comensais da Morte e juntos armam um cerco ao redor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

Ainda no perigoso desafio de procurar e destruir Horcruxes, Harry, Rony e Hermione descobrem que um dos nefastos objetos que ocultam parte da alma de Voldemort está escondido em Hogwarts. Assim, o inseparável trio retorna à escola e lá descobre que um grupo de alunos rebeldes, liderados por Neville Logbottom (um dos grandes heróis do filme), formaram uma resistência contra o novo diretor ditador, Severo Snape. Neste ponto, o longa começa a exibir seus momentos tocantes na relação entre vários personagens, destacando merecidamente a professora Minerva McGonagall, o professor Flitwick e Horácio Slughorn, que, unidos, evocam defesas para proteger o castelo enquanto os alunos se preparam para a Batalha Final.


E por falar em guerra, cujo grau de violência é bastante notável neste último episódio, isso me leva a tecer alguns comentários a respeito da direção. Sempre disse que David Yates foi o melhor diretor que já apareceu na franquia de Harry Potter, elevando a série a um patamar glorioso a cada filme sob sua direção. Entretanto, neste derradeiro filme, ele me deixou muito intrigado; se Relíquias da Morte.2 tivesse caído nas mãos de outro diretor, provavelmente haveria muitas cenas a mais de duelos e batalhas, e a questão sentimental seria posta em segundo plano. O que surpreende em Yates, porém, é que ele fez o inverso. Aliás, desde que ele assumiu o controle da franquia a parte mágica se tornou elemento secundário e deu espaço ao sentimento humano de cada personagem.

Yates também se sobressaiu nos efeitos especiais e na trilha sonora. E não é de se admirar, pois, tratando-se de um desfecho épico, isso era mais do que essencial. Os efeitos estão magníficos, os melhores já vistos na série, talvez prejudicados por algumas cenas intensamente escuras, mas arrisco supor que desta vez a equipe técnica corre grandes riscos de receber a tão cobiçada estatueta dourada. A equipe de som também merece enaltecimento; a trilha, que poderia ser exagerada ao extremo se não estivesse sob o domínio de Alexandre Desplat, é triste e melancólica, fazendo uma combinação perfeita com as cenas em que Hogwarts está sendo destruída e tendo um destaque excepcional nas memórias de um determinado personagem.


Em 10 anos, Harry buscou a Pedra Filosofal, enfrentou perigos na Câmara Secreta, ficou cara a cara com o Prisioneiro de Azkaban, foi escolhido pelo Cálice de Fogo, participou das reuniões da Ordem da Fênix, decifrou o Enigma do Príncipe e possuiu cada uma das Relíquias da Morte, sempre tentando obter respostas do porquê ter sobrevivido ao ataque de Lorde Voldemort quando era apenas uma criança, sempre tentando entender por que os dois possuem uma ligação e o que aquilo representaria no instante do confronto decisivo. Relíquias da Morte.2 responde esses questionamentos por meio de lágrimas e muita tristeza. No entanto, erra por não dar uma maior atenção a certos personagens e a momentos tão aguardados pelo público.

Portanto, antes de encerrar, acho justo enfatizar que Harry Potter é uma história que fala sobre amor. O amor de dois pais que deram suas vidas para proteger seu filho, um amor que uma criança mal-tratada pelos tios só conseguiu conhecer quando de fato descobriu sua verdadeira identidade e o lugar ao qual pertencia. Amor que contagiou milhões de fãs e inspirou uma geração inteira de leitores e até mesmo novos escritores. Certa vez, nos primórdios de A Pedra Filosofal, Alvo Dumbledore fez uma citação a respeito da morte. Eu tomo a liberdade para modificar a frase: para uma mente bem estruturada, o final é apenas uma passagem seguinte. Eu poderia, é claro, citar vários superlativos para descrever esse momento de emoção. Contudo, digo somente isso: muito obrigado, Harry Potter. Foi uma grande honra.


"Eu jamais quis que nenhum de vocês morressem por mim".

Trailer:

sábado, 9 de julho de 2011

O Adeus do Homem de Aço


"Kal-El, no terceiro planeta do Sistema Solar você será um rei entre os homens. É uma raça imperfeita. Governe-os com força, filho, pois é daí que reside sua grandeza".

A jornada de um herói é baseada em obstáculos. Para que se possa amadurecer e evoluir é preciso, antes de mais nada, observar e aprender a retirar as pedras do seu caminho e, feito isso, colher os bons frutos daquela experiência. Sabedoria e aprendizado, diante dos desafios, são as chaves para um herói não cometer o mesmo erro duas vezes e finalmente conseguir trilhar o seu destino. Ironicamente, essa teoria também pode ser aplicada a nós.

No processo de crescimento pessoal e profissional, nos agarramos a todo conhecimento adquirido ao longo dos equívocos e acertos no intuito de encarar um obstáculo da maneira mais correta possível. E embora boas experiências fiquem guardadas na memória, sempre exercendo a função do relembrar, é preciso desligar-se de outras para poder seguir em frente. Não estou falando de esquecê-las completamente, apenas de guardá-las em um local especial. Primeiramente, claro, é necessário dizer adeus.


Há aproximadamente oito anos, minhas tardes de domingo começaram a ser destinadas a um único propósito: assistir um seriado na emissora SBT, intitulado de Smallville - As Aventuras do Superboy. Lembro-me que, naquela época, poucos eram os programas que atraíam minha atenção. Na verdade, acredito que foi após gostar de Smallville que passei a me interessar por outros seriados. Eu mal poderia imaginar que parte da minha jornada (assim como a de Clark) se iniciava ali, e tampouco seria capaz de prever até que ponto aquilo me levaria.

O seriado começa com uma chuva de meteoros massacrando a cidade de Pequenópolis (Smallville, no original). Acompanhando a chuva, veio uma nave alienígena que caiu nos milharais da região. Uma criança estava dentro da nave e foi criada pelo casal de fazendeiros Jonathan e Martha Kent. Com eles aprendeu todos os valores humanos, apesar das habilidades extraterrestres que se desenvolviam ao longo do tempo. Na adolescência, Clark Kent participava do jornal estudantil A Tocha, ao lado dos amigos Chloe Sullivan e Pete Ross, enquanto sofria de paixão platônica pela encantadora Lana Lang, seu primeiro amor, mas não a mulher do seu destino.


Nas primeiras temporadas, Smallville era voltada para o público jovem. Alguns até comparavam com Malhação, em uma versão americanizada e muito melhor. Talvez, no início, esse fosse um fator atrativo para mim e meus colegas de escola, visto que éramos adolescentes. Contudo, outro fato de interesse maior era descobrir como Clark Kent se transformaria no Homem de Aço e por qual razão sua amizade com Lex Luthor se dissolveria, tornando-os os inimigos que estavam destinados a ser. A maldade de Lex é explorada desde suas origens até o momento de total domínio sobre o lado bom, demonstrando que todo Luthor tem, por natureza, um extinto perigoso e doentio.

À medida que as temporadas iam passando, o seriado foi amadurecendo e entrando cada vez mais na mitologia do Superman. Clark descobre que veio de um planeta chamado Krypton, Lois Lane entra em cena, além de Brainiac, General Zod e outros inimigos lendários das HQs, como Doomsday e Darkseid. Também houve a entrada de novos cenários: a Fortaleza da Solidão, local em que Clark conversa com seu pai biológico, Jor-El, e o Planeta Diário, em Metrópolis. Isso sem mencionar as milhares de referências a outros heróis da DC Comics: Aquaman, Cyborgue, Flash, Arqueiro Verde e, nesta última temporada, há uma citação óbvia a Bruce Wayne.


Depois de 10 anos, Smallville chegou ao seu tão esperado fim. Mesmo que o seriado tenha perdido a qualidade das temporadas iniciais, ainda que tenha abordado enredos e personagens inexistentes na mitologia do Superman, todo o caminho foi preparado para que Clark Kent se tornasse o herói da humanidade, fortalecendo a ideia de que a história do Homem de Aço faz uma forte analogia ao cristianismo (E sim, há muitas semelhanças). Essa semana tive a chance de ver o episódio final, em que a Terra está prestes a colidir com outro planeta e Clark tem de esquecer todas suas inseguranças humanas para conseguir abraçar sua sina kriptoniana.

Desde seu início, os produtores de Smallville diziam que a série terminaria no instante em que Clark estivesse pronto para assumir sua identidade heroica e usar a vestimenta azul e vermelha. E assim foi. No capítulo derradeiro, além de ter o encontro decisivo com seu eterno oponente careca, o último filho de Krypton surge em seu momento de maior glória. Smallville cumpriu com seu objetivo ao desvelar todo o potencial de um fazendeiro, através de todos os testes e desafios, e fazê-lo acreditar em seu próprio destino e traçar sua jornada. Diante de um mundo que preza valores torpes e deploráveis, são histórias como as do Superman que nos fazem ter a esperança de tempos melhores e nos provam que, com uma dose de fé e paciência, um herói pode realmente salvar o dia.


ALGUMAS FRASES MARCANTES DO SERIADO:

"Todo predador é a presa de alguém".

“Aqueles que não gostam de poesia não percebem que ela é uma arma de sedução”

"Quanto maior a confiança, maior é a traição".

"Eu sou o vilão dessa história" - Lex Luthor.

"Não se deve ferir aquilo que não se pode matar".

"Grandes fortalezas não são destruídas por forças externas e sim por fraquezas internas".

"Um homem do futuro é moldado por suas batalhas atuais".

"A grandeza é um ar rarefeito que temos que aprender a respirar".

"As lições que aprendemos na dor são as que nos tornam mais fortes".

"Nunca subestime o valor dos excêntricos e malucos. Todo Arthur tem seu Merlim."

"Eu sou um homem... E sou de aço" - Clark Kent.

"Durante um tempo eu acreditei que éramos definidos por nossa família, depois pensei que fosse pelos amigos, mas aí olhando a história percebi que os grandes homens são definidos pelos seus inimigos. Nós somos grandes homens, Clark... Mas em lados opostos!" - Lex Luthor.

Uma breve retrospectiva (Narração em português):

sábado, 2 de julho de 2011

Transformers: O Lado Oculto da Lua


"Talvez tenham perdido sua fé em nós, mas nunca em vocês mesmos. A partir de agora, lutarão por sua raça".


Há quatro décadas que se ouve a mesma história, entoada nos sete cantos do mundo. Ainda que seja um tema envolvido por teorias conspiratórias, das quais várias possuem fundamentos coerentes e assustadores, o assunto gera discussões até os dias atuais e muitos defendem a empreitada como sendo o "grande passo" que a humanidade já deu. Certamente, estou falando da chegada do Homem à lua.

Mistérios não resolvidos e fotos de conteúdo duvidoso servem como fontes inesgotáveis para aqueles que insistem em provar a fraude. Afinal, se tudo foi uma farsa, por que enganar o mundo inteiro? É claro que por trás de toda essa polêmica há o contexto da Guerra Fria, em que os EUA e a União Soviética disputavam o trono da corrida espacial. No entanto, mesmo que essa suposta conquista lunar tenha realmente acontecido, o que de fato aconteceu por lá? O que foi que os astronautas coletaram e viram?

Em Transformers: O Lado Oculto da Lua, algumas dessas indagações são respondidas. O filme nos mostra que Neil Armstrong, em seu passeio nos terrenos lunares, deparou-se com uma gigante nave alienígena. No interior desta nave jazia um robô de procedência desconhecida. O que o primeiro homem a pisar na lua não desconfiava era que aquele robô tinha um nome e um propósito, e que sua parada no nosso satélite natural havia sido um acidente. Ao retornarem à Terra, o governo forçou os astronautas a omitirem aquela enorme descoberta. E a partir deste dia, o destino dos homens e dos seres do planeta Cybertron foi traçado, unindo-os numa aliança que, no futuro, traria muitos problemas.


Os caminhos de Optimus Prime, líder dos Autobots, cruzam-se novamente com os de Sam Witwicky (Shia LaBeouf, sempre atuando bem neste personagem) e desta vez tentam evitar a invasão de centenas de Decepticons ao planeta. Sam agora é um recém-formado da faculdade e está à procura de um emprego, enquanto a sua nova namorada (substituta de Megan Fox) tem uma vida financeira bastante estável numa renomada empresa de veículos. Para um cara que já salvou o mundo duas vezes, é de dar inveja. Após ser atacado por um Decepticon em pleno ambiente de trabalho, o jovem Witwicky vê-se diante de uma trama que envolve portais intergaláticos e, é claro, os segredos do lado oculto da lua.

Em uma teia de mentiras, traições e mortes, o roteiro deste terceiro filme supera com louvor os erros cometidos no antecessor. Michael Bay (também diretor dos outros dois Transformers) demonstrou que aprendeu com as críticas negativas de A Vingança dos Derrotados. Aqui, no desfecho da trilogia, ele não apoiou-se somente em seu infindável aparato de pirotecnia; neste derradeiro capítulo, a dramaticidade atinge o seu ápice e é justamente o que faz o filme marcar pontos positivos, além dos esplendorosos efeitos visuais. É importante ressaltar o 3D, que ficou tão impecável quanto uma pipoca salpicada com sal e manteiga na medida certa. Repito: IM-PE-CÁ-VEL!


Bay também demonstrou amadurecimento nas cenas de ação. Os diálogos e as explicações são mais frequentes, e embora o clímax final seja muito longo, as cenas de ação contidas nele estão, em alguns momentos, muito organizadas. A câmera está menos trêmula e não foca apenas as explosões e os robôs; ela faz uma panorâmica de todo cenário devastado pela invasão dos alienígenas. O que faz o filme estagnar - se é que isso é possível diante de tanta adrenalina - é a falha do roteiro no que se diz respeito ao desenvolvimento dos personagens. Alguns aparecem e simplesmente não voltam mais, outros dão contribuições mínimas e alguns nem deveriam ter aparecido em cena devido ao tão pouco tempo que passaram na tela. Dá a impressão de que as coisas funcionam às pressas somente para que chegue logo a hora da pancadaria.

Transformers: O Lado Oculto da Lua tem um ótimo início, mostrando as origens dos Autobots e Decepticons, e com isso fazendo uma ponte com a nossa história. Infelizmente, para o encerramento de uma trilogia, o final deixou a desejar. A trilha sonora combina perfeitamente com o tom dramático e melancólico do filme, realizando uma bela simetria com as lágrimas e os escombros do enredo. Talvez Bay devesse ter apostado mais nisso, ainda que custasse aumentar a duração da película. Ao final da sessão em que eu estava, várias pessoas bateram palmas. Aplausos merecidos a Optimus Prime e toda sua trupe de guardiães; um ato de carinho e respeito entre duas raças que aprenderam a conviver entre si, em um lugar onde a centelha da esperança brilha como um sol incandescente, reverberando confiança por entre as estrelas e espalhando faíscas de amizade por todo universo.


"Daqui há alguns anos, as pessoas vão nos perguntar: 'Onde você estava quando eles conquistaram o planeta?'. E nós responderemos: 'Ficamos parados, olhando'".


Trailer: