sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Os Heróis do Olimpo - A Casa de Hades



Sintam-se honrados, pequenos semideuses. Nem mesmo os olimpianos mereceram minha atenção. Mas vocês... Vocês serão destruídos pelo próprio Tártaro!”.

Quem vem acompanhando a série Os Heróis do Olimpo deve concordar que o final de A Marca de Atena foi impactante e deixou um dos maiores ganchos já escritos pelo autor Rick Riordan. Esse atributo revela não somente o inestimável talento do escritor, mas também expõem uma característica que não deve faltar em uma série literária: o teor de continuidade e a sensação de que as coisas estão culminando para algo ainda pior. 

Após resgatarem a Atena Partenos e verem Percy Jackson e Annabeth Chase despencarem na escuridão do Tártaro, a tripulação do Argo II se depara com a missão mais difícil até agora. Eles precisam viajar até a casa de Hades, localizada em Épiro, nas terras antigas, no intuito de fechar as Portas da Morte e impedir que os monstros ressuscitem tão rapidamente.

Porém, a jornada não será fácil, pois uma legião de titãs, gigantes, e deuses menores passaram para o lado da Mãe Terra e estarão dispostos a atrapalhar o caminho. Hazel, filha de Plutão, sabe que quando chegar o momento terá de entrar na casa de Hades e enfrentar a feiticeira que habita o interior da construção. E não apenas isso; o lugar também é um recipiente de um exército de fantasmas, o que obrigará Nico, Jason e Frank a procurarem um objeto sem o qual não terão êxito na missão. É primordial que eles se apressem, pois Gaia irá despertar em menos de um mês.

Enquanto isso, nas profundezas do Tártaro, Percy e Annabeth vagam por uma terra cercada por monstros que eles enfrentaram no passado. O perigo se encontra a cada metro quadrado e o tempo é relativo. O casal precisa caminhar até as Portas da Morte para fechá-las do lado do Tártaro ao mesmo tempo em que os amigos devem fechá-las do lado do mundo mortal. Por sorte, eles conseguem a ajuda de Bob, que lhes explica que podem atravessar o Tártaro com a ajuda da Névoa da Morte.    

A Casa de Hades, quarto volume da série, é repleto de aventuras do início ao fim, e sua narração é dividida entre os sete semideuses da Profecia. Esse nível de informação poderia ter prejudicado o desenvolvimento da obra, contudo, Riordan é mestre em acrescentar humor na trama e inserir elementos que fazem a leitura se tornar mais leve e prazerosa.


Por ser o penúltimo livro da série, A Casa de Hades prepara o terreno para o maior desafio que espera pelos heróis e, devido a isso, o leitor irá se deparar com outro gancho (As últimas linhas são de arrepiar e cortar o coração). Torna-se árduo falar mais do que isso sem estragar as grandes surpresas do enredo. Embora seja um livro grande, tudo se encaixa no final e agora Percy Jackson e seus amigos terão de se preparar para mais uma batalha pelo destino e salvação do mundo. 

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Quarteto Fantástico


O fim do seu mundo será o início do meu”.

Após a trilogia O Cavaleiro das Trevas de Christopher Nolan, o gênero super-herói no cinema sentiu a necessidade de ganhar um teor mais sério, realista, com questões sociais e morais. A fórmula funcionou com o Homem-Morcego, mas não significa que será exata o tempo todo; infelizmente, não adianta consolidar um determinado aspecto em uma franquia se não houver liberdade para criação ou uma mão boa que conduza a obra. 

Este é o caso do novo Quarteto Fantástico, dirigido por Josh Trank. O reboot demorou a acontecer, uma vez que o último filme foi lançado há oito anos e, para não perder os direitos sobre a equipe, a Fox se apressou a iniciar o projeto. Isso talvez explique o lamentável resultado final.


A trama gira em torno de Reed Richards (Miles Teller), rapaz que desde criança demonstrou um elevado nível de genialidade e desenvolveu, com a ajuda do amigo Ben Grimm (Jamie Bell), a viagem interdimensional. A invenção chama a atenção do Professor Franklin Storm e de sua filha, Sue Storm (Kate Mara), que o convidam a estudar na Fundação Baxter. 


Lá, Reed conhece Victor Von Doom (Toby Kebbell), o primeiro cientista a pensar em criar a viagem interdimensional. Com o auxílio do rebelde Johnny Storm (Michael B. Jordan), que é capaz de construir qualquer coisa, eles criam o Portal Quântico que os levará ao Planeta Zero. O experimento não dá certo e todos voltam com sequelas.


Não há muito que dizer deste Quarteto Fantástico. Josh Trank, que dirigiu o ótimo Poder Sem Limites, foi vítima de mais um caso de “castração do estúdio”; recentemente, em uma rede social, ele afirmou que a edição final cortou boa parte do filme que ele idealizou e que a maioria dos fãs teria adorado a versão original. Essa afirmação coincide com os boatos de que o longa passou por refilmagens. 


Pelo menos, após a projeção, o espectador tem uma base da perspectiva que Josh queria introduzir na equipe. Do início até a metade muito é falado a respeito de teorias científicas e física quântica, relevando que o propósito do enredo era exibir uma boa ficção científica. As falhas surgem do meio para o final, como se fosse outro filme manuseado por alguém inexperiente, prejudicando consideravelmente o escopo da obra.


A edição (ou, devo dizer, os produtores?) picotou o filme de tal forma, que basta somente assistir aos trailers para se ter uma noção do material retirado. O clímax é pífio, as motivações que regem Dr. Destino são, no mínimo, superficiais e deploráveis, e a cena final é lastimável. A Fox, em um ato desesperado de deixar o longa mais heroico, não percebeu que tinha a faca e o queijo na mão e acabou criando um corte profundo no próprio orçamento. É uma pena que uma visão tão interessante, um elenco maravilhoso e personagens icônicos tenham sido tolhidos desse modo. Mais uma vez fica difícil traçar um futuro para este infeliz e calejado quarteto.   


Trailer: