sábado, 2 de julho de 2011

Transformers: O Lado Oculto da Lua


"Talvez tenham perdido sua fé em nós, mas nunca em vocês mesmos. A partir de agora, lutarão por sua raça".


Há quatro décadas que se ouve a mesma história, entoada nos sete cantos do mundo. Ainda que seja um tema envolvido por teorias conspiratórias, das quais várias possuem fundamentos coerentes e assustadores, o assunto gera discussões até os dias atuais e muitos defendem a empreitada como sendo o "grande passo" que a humanidade já deu. Certamente, estou falando da chegada do Homem à lua.

Mistérios não resolvidos e fotos de conteúdo duvidoso servem como fontes inesgotáveis para aqueles que insistem em provar a fraude. Afinal, se tudo foi uma farsa, por que enganar o mundo inteiro? É claro que por trás de toda essa polêmica há o contexto da Guerra Fria, em que os EUA e a União Soviética disputavam o trono da corrida espacial. No entanto, mesmo que essa suposta conquista lunar tenha realmente acontecido, o que de fato aconteceu por lá? O que foi que os astronautas coletaram e viram?

Em Transformers: O Lado Oculto da Lua, algumas dessas indagações são respondidas. O filme nos mostra que Neil Armstrong, em seu passeio nos terrenos lunares, deparou-se com uma gigante nave alienígena. No interior desta nave jazia um robô de procedência desconhecida. O que o primeiro homem a pisar na lua não desconfiava era que aquele robô tinha um nome e um propósito, e que sua parada no nosso satélite natural havia sido um acidente. Ao retornarem à Terra, o governo forçou os astronautas a omitirem aquela enorme descoberta. E a partir deste dia, o destino dos homens e dos seres do planeta Cybertron foi traçado, unindo-os numa aliança que, no futuro, traria muitos problemas.


Os caminhos de Optimus Prime, líder dos Autobots, cruzam-se novamente com os de Sam Witwicky (Shia LaBeouf, sempre atuando bem neste personagem) e desta vez tentam evitar a invasão de centenas de Decepticons ao planeta. Sam agora é um recém-formado da faculdade e está à procura de um emprego, enquanto a sua nova namorada (substituta de Megan Fox) tem uma vida financeira bastante estável numa renomada empresa de veículos. Para um cara que já salvou o mundo duas vezes, é de dar inveja. Após ser atacado por um Decepticon em pleno ambiente de trabalho, o jovem Witwicky vê-se diante de uma trama que envolve portais intergaláticos e, é claro, os segredos do lado oculto da lua.

Em uma teia de mentiras, traições e mortes, o roteiro deste terceiro filme supera com louvor os erros cometidos no antecessor. Michael Bay (também diretor dos outros dois Transformers) demonstrou que aprendeu com as críticas negativas de A Vingança dos Derrotados. Aqui, no desfecho da trilogia, ele não apoiou-se somente em seu infindável aparato de pirotecnia; neste derradeiro capítulo, a dramaticidade atinge o seu ápice e é justamente o que faz o filme marcar pontos positivos, além dos esplendorosos efeitos visuais. É importante ressaltar o 3D, que ficou tão impecável quanto uma pipoca salpicada com sal e manteiga na medida certa. Repito: IM-PE-CÁ-VEL!


Bay também demonstrou amadurecimento nas cenas de ação. Os diálogos e as explicações são mais frequentes, e embora o clímax final seja muito longo, as cenas de ação contidas nele estão, em alguns momentos, muito organizadas. A câmera está menos trêmula e não foca apenas as explosões e os robôs; ela faz uma panorâmica de todo cenário devastado pela invasão dos alienígenas. O que faz o filme estagnar - se é que isso é possível diante de tanta adrenalina - é a falha do roteiro no que se diz respeito ao desenvolvimento dos personagens. Alguns aparecem e simplesmente não voltam mais, outros dão contribuições mínimas e alguns nem deveriam ter aparecido em cena devido ao tão pouco tempo que passaram na tela. Dá a impressão de que as coisas funcionam às pressas somente para que chegue logo a hora da pancadaria.

Transformers: O Lado Oculto da Lua tem um ótimo início, mostrando as origens dos Autobots e Decepticons, e com isso fazendo uma ponte com a nossa história. Infelizmente, para o encerramento de uma trilogia, o final deixou a desejar. A trilha sonora combina perfeitamente com o tom dramático e melancólico do filme, realizando uma bela simetria com as lágrimas e os escombros do enredo. Talvez Bay devesse ter apostado mais nisso, ainda que custasse aumentar a duração da película. Ao final da sessão em que eu estava, várias pessoas bateram palmas. Aplausos merecidos a Optimus Prime e toda sua trupe de guardiães; um ato de carinho e respeito entre duas raças que aprenderam a conviver entre si, em um lugar onde a centelha da esperança brilha como um sol incandescente, reverberando confiança por entre as estrelas e espalhando faíscas de amizade por todo universo.


"Daqui há alguns anos, as pessoas vão nos perguntar: 'Onde você estava quando eles conquistaram o planeta?'. E nós responderemos: 'Ficamos parados, olhando'".


Trailer:

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