sexta-feira, 18 de maio de 2012

Um Dia

 


"Ela fez de você uma pessoa decente. E em troca, você a deixou muito feliz". 

Acho incrível como algumas pessoas se deixam enganar por filmes românticos. Esse gênero, em um tempo remoto, surgiu como uma maneira de encarar o mundo através de um sentimentalismo exacerbado, tornando as situações mais doces, bonitas e suaves de se ver. Honestamente, eu não caio nessa armadilha. 

O infortúnio do romance cinematográfico atual, do mesmo modo que alguns afirmam, é a deformação da realidade. Sendo a linguagem do cinema uma ferramenta de poder extenso e inspirador, filmes desse tipo utilizam-se de tal artifício para induzir os espectadores a acreditar que o tão cobiçado “final feliz” também pode acontecer a eles. Entretanto, é de conhecimento geral que a felicidade não chega a todos. E, nos casos mais deprimentes, jamais chegará. 

Poucos são os filmes românticos que se salvam por apostar no lado verossímil da vida. (500) Dias com Ela é um belo exemplo disso. E, enfatizando uma produção mais recente, Um Dia segue pelo mesmo caminho. 


Em 15 de julho de 1988, Emma Morley (Anne Hathaway) e Dexter (Jim Sturgess) são apresentados apropriadamente após a formatura da faculdade. Ela alimenta a ambição de deixar sua marca no mundo; ele está disposto a degustar de todos os prazeres que o mundo tem a oferecer. Depois de uma tentativa frustrada de fazer amor, ambos estabelecem uma amizade e, a partir daí, em todos os dias 15 do mês de julho dos anos que se seguem, eles se reencontram.

O que torna a trama interessante é observar os altos e baixos da vida dos personagens; a cada encontro, eles estão modificados por algum trauma, triunfo ou um novo propósito. A cada ano, revelam o lado poético e miserável de nossa insignificante existência, e as atuações de Hathaway e Sturgess reforçam essa perspectiva cruel e verídica.


O longa, dirigido pela dinamarquesa Lone Scherfig (de Educação), é uma adaptação da obra de David Nicholls, publicada no Brasil por meio da editora Intrínseca. O livro já é descrito por muitos como um clássico da literatura moderna, o que talvez explique o final nem um pouco alegre.

Pessoas que se deixam levar pelo sentimentalismo provavelmente vão derramar lágrimas no desfecho de Um Dia. O mérito da película reside no fato de mostrar a realidade de uma forma crua e melancólica, transmitindo, inclusive, uma monotonia em certos trechos. No frigir dos ovos, é possível que o romantismo tenha sido criado para esta finalidade: fugir de uma verdade feia e insuportável. A zona de conforto dos sonhadores e despreparados. 


Trailer:

3 comentários:

  1. Este longa é um filme muito, mas muito bom, cara eu assisti, e realmente não consegui me conter, comecei a chorar quando vi algumas cenas do final, uma que achei muito interessante neste filme é que; o personagem Dexter ele passa boa parte do filme agindo como um adolescente inconsequente, e ao se aproxima do final ele começa a agir como um homem e deixa de lado as atitudes rebeldes e não pensadas que ele tomava, e Emma Morley começa a gostar dele cada vez mais, e várias tentativas dela e dele também de serem felizes com outra pessoa sempre acabavam frustradas e realmente.
    "Ela te transformou numa pessoa melhor, e você apenas a fez feliz", esta frase ficou gravada na minha vida.

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  2. Ñ gostei mto desse filme, mas me disseram q o livro é melhor vou ler o livro e ver se gosto. Gostei do seu blog vou seguir.Também faço letras! Bjins!

    Raquel,
    http://www.ummundodecomentarios.blogspot.com.br/

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  3. Cara achei pessimista a forma como você falou do romantismo. Mas me fez questionar. Será que é assim mesmo?

    Luiz LF Neto

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