“Um meio-sangue, dos deuses antigos filho,
Chegará aos dezesseis apesar de empecilhos
Num sono sem fim o mundo estará
E a alma do herói, a lâmina maldita ceifará
Uma escolha seus dias vai encerrar
O Olimpo preservar ou arrasar”.
Dizer adeus não é nada fácil. Jamais será. Especialmente quando se trata de algo do qual você simpatizou e criou laços. Trata-se de uma bela ironia, pois o objetivo de um leitor é justamente fazer com que sua leitura chegue ao fim. Terminar de ler aquele livro que tanto quis começar. E ainda que no final da leitura seja possível sentir uma certa paz pelo dever cumprido, não há como sentir também uma certa melancolia porque a única frase que vem em mente é: Acabou. O que resta é apenas aquela esperança designada para todo e qualquer tipo de leitor: a de ter aprendido algo com o que leu.
Assim foi ao longo dos anos, através das páginas das variadas obras que li. E assim também foi com Percy Jackson e o Último Olimpiano, o último livro da saga do herói semideus. E se você, leitor(a), acompanhou cada postagem das aventuras do filho de Poseidon, junte-se comigo neste derradeiro desfecho para que, juntos, possamos dizer adeus.
O quinto volume da série já começa injetando no leitor um clima de tensão que permeia o livro inteiro, inclusive no final. Cronos tornou-se hospedeiro do corpo de Luke, o que significa que ele está pronto para a guerra e apenas a um passo de recuperar o poder absoluto. E se o problema fosse resumido somente a isso, as coisas estariam uma maravilha. Mas não estão. Percy finalmente descobre o que diz a tão sombria profecia a seu respeito, e vê-se à frente do exército de heróis, determinado a impedir que as forças do Titã avancem contra a cidade de Nova York.
Nos mares, o palácio de Poseidon é atacado pela fúria do titã Oceano. Na terra, os EUA é devastado pelo terror que o titã Tifão alastra por onde passa, e seu rumo final é a ilha de Manhattan. Todos os deuses se encontram ocupados na esperança de retardar as ameaças que insistem em derrubar o Monte Olimpo, agora não mais tão protegido. Percy e os outros campistas são os únicos reforços que restaram, e agora cada um terá de unir forças; Thalia trás as Caçadoras de Ártemis, Grover clama pela ajuda dos seres da natureza, Annabeth lidera os filhos de Atena, Nico implora a seu pai, Hades, para que o Mundo Inferior participe da batalha, e o papel de Rachel Elizabeth Dare é então revelado. Todos unidos para criar uma barreira que impeça Cronos de iniciar o fim dos tempos.
Aqui, Rick Riordan faz de Nova York seu cenário de guerra. E ele não demonstra preocupação ao derrubar prédios e destruir monumentos. Uma legião de criaturas mitológicas se digladiam entre os edifícios de Manhattan, e finalmente os destinos de Percy Jackson e Cronos se cruzam. Percy terá poderes suficientes para igualar forças com o Senhor do Tempo? Os heróis conseguirão defender Manhattan e evitar que o Monte Olimpo seja destruído? E o que o futuro reserva para cada um dos heróis em meio à épica batalha final? No conflito entre luz e trevas, várias coisas são descobertas e o destino do mundo fica à mercê de uma única escolha.
Em Percy Jackson e o Último Olimpiano, Riordan nos dá mais uma aula de mitologia grega de maneira sábia e divertida. E embora eu tenha terminado de ler toda a série, o que resta em mim é aquele fio de esperança dito anteriormente: o aprendizado, a absorção de novos conhecimentos. E não consigo imaginar outro jeito melhor de ter acabado. Agora, eu e você, juntos, podemos dizer em claro e bom som: obrigado, Percy Jackson. Obrigado por tudo.
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