sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Dom Quixote




Loucos reconhecem outro louco há quilômetros de distância. Loucos se identificam com a loucura do próximo. É uma maneira de se enxergar dentro da alma de outra pessoa, uma simples e encantadora ideia de compartilhar delírios. Seria doideira afirmar que o amor e a loucura andam de mãos dadas quase o tempo todo? Não, seria certeza.

O videoclipe de hoje é mais um tirado do Acústico MTV dos Engenheiros do Havaii, cuja música chama-se "Dom Quixote". Para quem não sabe, este é o título de uma das maiores obras de Miguel de Cervantes e foi eleito o melhor livro de todos os tempos.

Quando penso em Dom Quixote, vejo que ser louco vale a pena e faz muito sentido. Da maneira que o mundo vai, do modo como os governantes administram as coisas... Entregar-se ao luxo de sonhar, assumir atitudes que fujam da rotina e mergulhar dentro de uma ilusão (mesmo sabendo que não corresponde à realidade), são propostas bastante tentadoras. E às vezes este parece o único caminho para se viver feliz... Mesmo que os dragões sejam de fato moinhos de vento.

Ó, Cavaleiro da Triste Figura, que a tua loucura seja perdoada e reconhecida com louvor! Porque metade de mim é o que sou, e a outra metade é feita de amor.


Letra:

Muito prazer, meu nome é otário
Vindo de outros tempos mas sempre no horário
Peixe fora d'água, borboletas no aquário

Muito prazer, meu nome é otário
Na ponta dos cascos e fora do páreo
Puro sangue, puxando carroça

Um prazer cada vez mais raro
Aerodinâmica num tanque de guerra,
Vaidades que a terra um dia há de comer.
"Ás" de Espadas fora do baralho
Grandes negócios, pequeno empresário.
Muito prazer me chamam de otário

Por amor às causas perdidas...

Tudo bem, até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento
Tudo bem, seja o que for
Seja por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas

Tudo bem... Até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento
Muito prazer... Ao seu dispor
Se for por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas

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