domingo, 5 de dezembro de 2010

Onde os Fracos Não Têm Vez





"Qual a coisa mais importante que você já perdeu num lance de cara ou coroa?".



Talvez isso também aconteça com você, leitor(a), mas quando um filme é ganhador de várias premiações, entre elas o tão cobiçado Oscar, e possui um enredo e um trailer de chamar a atenção, uma pulga faz a festa atrás da minha orelha. Em outras palavras, a tentação da curiosidade grita por mim. E em meio a essa voz hipnotizadora, é o sussurro da minha consciência que me faz escolher o que realmente devo assistir. E a danada muitas vezes acerta em cheio.


Onde os Fracos não Têm Vez é apenas um de tantos exemplos. Vários aspectos me chamaram a atenção e são justamente películas como esta que merecem o devido respeito. O filme foi dirigido pelos irmãos Coen (é o primeiro trabalho deles que vejo), e aqui ambos demonstraram uma maneira bastante peculiar de direção.


Começando pelo fato do filme não ter trilha sonora. Confesso que sou amante de uma boa sonora, mas os Coen me ensinaram que um filme também pode ficar ótimo com a ausência dela; ajudou a aumentar o clima de tensão e suspense durante todo o longa, e te deixa despreparado para qualquer tipo de coisa que esteja por vir. Os únicos sons presentes são dos objetos de cena e os da natureza. Outra coisa bacana é o uso que eles fazem das paisagens, tornando o filme bastante fotográfico.


A história nos leva até o Texas dos anos 80, onde um caçador chamado Llewelyn Moss, em uma de suas andanças pelo deserto, encontra um grupo de traficantes mortos. Entre eles há uma maleta com 2 milhões de dólares. E esta é apenas mais uma das coisas que devemos aprender com a ficção: não se pega uma maleta cheia de dinheiro por aí, principalmente este sendo proveniente de atividades ilícitas, e achar que simplesmente pode ficar com ele sem sofrer consequências. Percebendo que aquele dinheiro lhe traria confusão, Llewelyn trata de sair da cidade levando consigo a maleta. Infelizmente, ele não podia mensurar o tamanho do problema que lhe perseguia.


Um assassino psicótico chamado Anton Chigurh, interpretado brilhantemente pelo ator Javier Bardem (personagem que lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante), foi contrato para perseguir Moss e encontrar o dinheiro. E ele irá até o fim, mesmo que tenha de matar todos que atrapalharem seu caminho. E assim começa o jogo de gato e rato. Só que nem tudo está perdido.


O xerife Ed Tom (Tommy Lee Jones, que por sinal também faz um belo trabalho) está seguindo os rastros de Anton há algum tempo, e agora tem como objetivo ajudar Llewelyn a sair da mira deste louco sem piedade. O filme já é considerado por muitos um clássico, e devo dizer: cada minuto de tensão torna o longa mais imprevisível, portanto não tente imaginar ou criar um final feliz e tradicional. Porque, se há algo que aprendi com os irmãos Coen, é que o final é tão incerto quanto tentar descobrir de qual lado a moeda vai cair.


"Eu não quero apostar minhas fichas em algo que não entendo. Um homem teria que pôr sua alma em perigo. Ele teria que dizer: 'Tudo bem... Eu serei parte deste mundo'".


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Trailer:

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