sábado, 7 de agosto de 2010

Percy Jackson e o Ladrão de Raios






A curiosidade sempre bate mais forte quando lançam um filme baseado em uma obra literária. Principalmente se este for um livro que você já tenha lido. Grandes adaptações já foram feitas e continuam surgindo ano após ano, e eu vou tentando acompanhar cada uma das quais me chamam a atenção.


Esta semana assisti ao filme "Percy Jackson e o Ladrão de Raios", adaptação da obra de Rick Riordan. E agora iremos, leitor(a), para uma questão que assola a maioria dos leitores e espectadores: por que grande parte dos filmes não correspondem à altura com relação às obras que os inspiraram? Sim, porque por mais que o filme seja bom, quase nunca chega aos pés da história original. Éragon, até onde sei, foi um fracasso. O Caçador de Pipas chegou bem perto de ser totalmente fiel ao livro. O Senhor dos Anéis filme, na minha opinião, é bem superior ao livro, cuja leitura é bastante cansativa. O Código Da Vinci foi fiel em vários aspectos, diferente de Anjos e Demônios, cuja versão cinematográfica foi um pouco deturpada em certos detalhes. Harry Potter, embora nos últimos anos tenha tido adaptações muito boas, é uma saga que deixa escapar muitos acontecimentos.


Não sei o que se passa na cabeça do diretor e do roteirista na pré-produção do filme, mas eles devem saber que determinadas alterações irritam aquele espectador que espera ver a cena que tanto imaginou na hora da leitura. E muitas empresas da indústria hollywoodiana enfatizam a mesma resposta: não dá para exibir 300 páginas em apenas duas horas. Eu posso estar sendo injusto, até por ser leigo no que se diz respeito à produção cinematográfica, só que essa é a verdade que se abate nas pessoas que se decepcionam.


Com Percy Jackson isso não é diferente. Aliás, o roteirista pisou feio na jaca... Fiquei na dúvida se falaria sobre o livro ou filme, mas como basicamente os dois possuem o mesmo enredo, vou misturar ambos. O Ladrão de Raios conta a história de Percy Jackson, narrador-personagem, garoto de 12 anos que sofre de dislexia e síndrome de déficit de atenção. Primeiro Erro do Filme: além do protagonista não narrar a história, o ator que o encarna, Logan Lerman, não é nada parecido com alguém que esteja iniciando a fase da pré-adolescência, pelo contrário; parece que já saiu da puberdade. Qual o problema? Simples. Se houver continuações, os atores já estarão velhos demais.


Percy mora com a mãe no subúrbio de Nova York. Vivem na companhia de seu padrasto, Gabe, que só pensa em comer e beber. Na escola é sempre acompanhado por seu amigo Grover, e no início do ano passa a ser atazanado pela professora que mais o odeia, senhora Dodds. Em uma visita ao museu da cidade, senhora Dodds ataca o garoto, transformando-se num monstro com asas. E é aí que a vida de Percy se complica de vez. Sem saber o tamanho do perigo que está correndo, ele sai da cidade com a ajuda de Grover e sua mãe rumo ao Acampamento Meio-Sangue. Até que no meio do caminho são atacados por outro monstro: o Minotauro. Segundo Erro do Filme: No livro, a entrada do Acampamento fica no alto de um morro, ao lado de uma árvore que é essencial para a história. Como no filme isso não é mostrado, a história de Thalia, filha de Zeus, fica totalmente ausente. Também esqueceram de dizer o que é a Névoa, algo tão essencial quanto. Pisaram na bola...


No Acampamento Meio Sangue, Percy descobre que Grover é na verdade um sátiro, meio-homem e meio-bode, e que estava ao seu lado o tempo todo para protegê-lo. E descobre, principalmente, a verdadeira identidade de seu pai: Poseidon. Percy Jackson é um semideus, e o acampamento é o local perfeito para pessoas como ele treinarem suas habilidades e ficarem protegidas dos monstros espalhados pelo mundo. Terceiro Erro do Filme: Esse é cruel. No livro, existem 12 chalés, um correspondente a cada deus olimpiano, e o filme só mostra o chalé de Percy. Mas isso é o de menos. O que doeu mais foi a ausência das personagens Clarissa e Oráculo. A primeira porque é uma personagem primordial para o segundo filme (caso venha a ter), portanto já deveria ter aparecido aqui. A segunda porque é ela quem faz as profecias, que no livro é uma passagem importante.


No acampamento Percy faz amigos, como Annabeth, filha de Athena; Luke, filho de Hermes; e Quíron, o centauro. O problema é que o clima está pesado. Os deuses estão prestes a entrar em guerra, pois o raio-mestre de Zeus, a arma mais poderosa do universo, foi roubada bem debaixo do seu nariz. Apenas um semideus poderia ter roubado o raio... E a culpa cai em Percy. Com o objetivo de provar sua inocência, o jovem herói, acompanhado por Grover e Annabeth, sai em uma jornada em busca do raio. Se o raio não for recuperado até o sostício de verão, será o fim dos tempos. Quarto Erro do Filme: A ausência do boné da invisibilidade, objeto não só importante nesse livro como nos demais também; A ausência do deus da guerra, Ares, que no livro tenta arquitetar a grande guerra, usando Percy como instigador.


O trio segue jornada encontrando vários inimigos pelo caminho, entre eles a Medusa. Eles acabam tendo que ir até o Mundo Inferior, na esperança de que Hades saiba onde o raio se encontra. Assim que o raio é encontrado de maneira surpreendente (pelo menos no livro), eles voltam ao mundo normal e entregam o raio na mão do próprio Zeus. Quinto Erro do Filme: Essa foi a pior falha de todas. Eu até entendo que seja normal acrescentar personagens que não estão no livro, MAS DEIXAR DE MENCIONAR O VERDADEIRO VILÃO DA HISTÓRIA É IMPERDOÁVEL! Atenção: não é spoiler, é um esclarecimento. Cronos, Senhor dos Titãs, pai do Tempo, estava tentando se reerguer do Tártaro e tomar o Olimpo de volta para si, destruindo assim todos os deuses. Por isso que ele mandou que o raio fosse roubado. Para tomar seu poder de volta. Ele sim é o VERDADEIRO culpado. Espero que o segundo filme, o Mar de Monstros, seja bem mais fiel à sua obra.


Apesar de todos esses erros, a história de Percy Jackson é muito boa. Para quem se interessar pelo filme, sugiro que leia o livro para ter uma compreensão maior do universo mitológico. Você aprende bastante mesmo. E é isso que vale a pena.

2 comentários:

  1. Afff... Parece que estou me tornando repetitivo. Mas tai outro filme que eu até poderia assistir, mas fui acometido (sim, acometido pq parece doença) de preconceito. Sim, tive pré-conceito com o nome do filme. “Tá”, pensei, “é mais um filme infanto-juvenil pra fazer concorrência com Harry Potter, Senhor dos Anéis e tantos outros que já existem”, ficaria redundante citar mais.
    Falando em preconceitos também me vem tantas coisas à cabeça que também nem convém falar, iria me estender muito (PS: Acabei de sofrer preconceito pela roupa que estou na faculdade).
    Enfim... Interessei-me bastante, não só em ver o filme, mas também a leitura do livro (a posteriori). Invoco a frase que tanto ouvi de vocês (Pablo, FLP, vc) “Tem que saber contar sinopse. Tá ok, você quase soube fazer sinopse.
    Sim, disse “quase” porque a descrição até me instigou ao filme/livro, mas por ter se alongado tanto ficou mais que uma sinopse, me fez pensar que não há mais o que ver, você já me disse tudo.
    Resumindo, o filme merece ser assistido, o livro merece ser lido, seu blog merece ser comentado e você deve ser saudado. E viva a América... Latina! Amém.

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  2. Num vo nem le o livro essi homi conto a historia toda.

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