“E se eu lhe dissesse que a realidade que
você conhece é apenas uma de muitas?”.
O universo cinematográfico da Marvel já apresentou de tudo um
pouco. Homens que encolhem, equipe espacial, deuses, príncipes africanos, super
soldados. A lista é grande e a tendência é que aumente no decorrer dos anos. E
é no décimo quarto filme da empresa que o público é finalmente apresentado ao
neourocirurgião Stephen Strange (Benedict
Cumberbatch).
Doutor Estranho cumpre bem com a função de contar
uma história de origem. O filme tem início com a apresentação do vilão,
Kaecilius, que rouba as páginas de um livro misterioso. Em seguida o enredo
abre alas para Cumberbatch brilhar como o arrogante médico, que nos minutos
iniciais já deixa claro seu conturbado relacionamento com Christine Palmer (Rachel McAdams) e seu primoroso talento
com as mãos.
Após um acidente em que suas mãos são gravemente feridas,
Strange inicia sua busca por cura. Sua caçada o leva para Kamar-Taj, local onde
conhece a Anciã (Tilda Swinton) e
Mordo (Chiwetel Ejiofor). Ambos lhe
ensinam o poder das artes místicas, a existência de multiversos e até a
projeção astral. Porém, também existe um lugar chamado Dimensão Negra, ambiente
comandado por Dormammu, a quem Kaecilius obedece. Cabe a Strange, com o auxílio
do Olho de Agamotto, e seus amigos a tarefa de defender o plano espiritual da
Terra.
Dirigido por Scott
Derrickson (de O Exorcismo de Emily
Rose e A Entidade), Doutor Estranho possui aspectos que o
distanciam de outros filmes da Marvel. A começar pelas cenas de ação que
distorcem a realidade, bem típico de Matrix
e A Origem, e que são imprescindíveis
que sejam assistidas em 3D. A obra também tem um drama peculiar – e que, como é
de se esperar da Marvel, não é aprofundado – e talvez seja, depois de Capitão América: Guerra Civil, o filme
mais sangrento da Casa das Ideias.
Infelizmente, Doutor
Estranho falha naquilo que a Marvel tem de pior: o desenvolvimento de
personagens e, por conseguinte, um vilão que não fornece medo e autoridade. Neste
caso, o erro é ainda mais monumental por ser composto por um elenco de peso.
Rachel McAdams é uma excelente atriz e sua função se resume somente a ficar
assustada.
O roteiro também não escapa da maldição. O segundo ato
praticamente inteiro é situado em uma cena de ação, ocupando um tempo que
poderia ser preenchido com detalhes que poderiam fortalecer a trama. A
narrativa apressada também não esclarece quanto tempo Strange passou procurando
por cura, e por se tratar de um universo compartilhado, isso pode trazer
incoerências.
Apesar das imperfeições, o longa, como já dito anteriormente,
traz uma ação formidável e um destaque interessante para o Manto da Levitação,
objeto que foi bem encaixado como alívio cômico. Obviamente, Doutor Estranho faz referências a
questões já conhecidas pelo público, como as Joias do Infinito. É a Marvel
preparando o terreno para o próximo filme dos Vingadores e despertando a
curiosidade dos fãs para um mar de possibilidades que ainda podem vir.
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