“Vamos recuperar minhas
criaturas antes que se machuquem. Elas estão atualmente em terreno alheio,
rodeadas por milhões das mais ferozes criaturas do planeta: humanos”.
O conceito de prequel ou
spin-off não é novidade no cinema. O público já se deparou com filmes nesta
vertente e, provavelmente, em alguns casos, sequer notou a que se tratava. São
histórias derivadas de grandes obras, que podem ou não ter ligação com o
original. É essa a condição de O Hobbit,
prelúdio de O Senhor dos Anéis, e Rogue One: Uma História Star Wars,
spin-off que ocorre entre os Episódios III e IV da epopeia dos Cavaleiros Jedi.
Animais Fantásticos e
Onde Habitam se
enquadra nesse perfil por se passar no mesmo universo de Harry Potter. Mais
precisamente, 70 anos antes de o Menino Que Sobreviveu descobrir que era o
bruxo mais famoso do século e ingressar na Escola de Magia de Hogwarts. Dirigido
por David Yates, responsável pelos
últimos quatro filmes da saga Potter, e roteirizado pela própria J.K. Rowling, o longa tem como intuito
expandir o mundo mágico que encantou – e ainda encanta – gerações.
No ano de 1926, o jovem Newt Scamander (Eddie Redmayne) chega à cidade de Nova York com uma mala repleta de
criaturas mágicas. Para infelicidade do bruxo europeu, os animais começam a
escapar de sua maleta e ele embarcará em uma jornada para resgatá-los com a
ajuda dos novos amigos, a ex-auror Tina (Katherine
Waterston), a legilimente Queenie (Alison
Sudol) e o trouxa Jacob (Dan Fogler).
Porém, não apenas de caçar bichos o enredo se resume. Rowling
não dá ponto sem nó. O Congresso Mágico dos Estados Unidos (MACUSA, no inglês)
investiga misteriosos ataques que podem ter ligação com o bruxo das trevas
Grindelwald. É preciso ter muita cautela para impedir que uma guerra entre
bruxos e trouxas aconteça.
Yates conduz a trama de modo sutil, uma vez que há anos se
sente confortável dentro do ambiente mágico. Os animais criados por computação
gráfica são esplêndidos e carismáticos, e se revelam como uma narrativa
secundária. A cena dentro da maleta de Newt, por exemplo, mostra toda a
exuberância das criaturas e resgata a formosura da magia da saga Potter.
A escolha pelo quarteto de atores principais, especialmente
Redmayne e Waterston, foi formidável. O ganhador do Oscar constrói em Scamander
o típico caráter de nerd e desajeitado, configurando uma bela harmonia com
Tina. A emoção no olhar de ambos faz o espectador mergulhar com mais veemência
no drama do roteiro. Ainda que o núcleo de Credence (Ezra Miller) seja misterioso demais ao ponto de prejudicar o
andamento do filme, fica a impressão de que sua participação não parou por
aqui.
Animais Fantásticos e
Onde Habitam, nome
do livro que Newt escreveu e que se tornou material didático em Hogwarts, promete
uma expansão significativa, madura e poderosa no universo de Harry Potter.
Serão cinco filmes ao todo, e a ideia é que tudo culmine no grande evento
ocorrido em 1945. Para o fã que se sentiu maravilhado com Harry Potter e a Pedra Filosofal, quando a jornada do menino-bruxo
começou, certamente terá sua nostalgia duplicada no momento em que aquele
familiar mundo mágico ressurgir. É um fascínio impossível de perder.
Trailer:
Este livro conta uma história extraordinária, por isso quando soube que estrearia Animais Fantásticos e Onde Habitam soube que devia vê-la. Parece surpreendente que esta história tenha sido real, considero que outro fator que fez deste um grande filme foi a atuação do Eddie Redmayne, seu talento é impressionante.
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