“A princesa Peribeia
segurava Annabeth pelo percoço como se a menina fosse um gato feroz. O gigante
Encélado tinha Percy preso em sua enorme mão fechada.
- Bem na hora! –
exclamou o rei dos gigantes. – O sangue do Olimpo, para despertar a Mãe
Terra!”.
O que esperar do final de uma saga? As respostas podem ser
múltiplas; romance, drama, comédia, ação... Ou todas as alternativas juntas,
mas cada qual bem constituída e exercida. E é isso e mais um pouco o que Rick Riordan entrega no último volume
de Os Heróis do Olimpo.
Após fecharem as Portas da Morte em A Casa de Hades e Percy e Annabeth conseguirem sair vivos do
Tártaro, os semideuses da Profecia dos Sete se veem diante da maior batalha de
todas: evitar que Gaia desperte e destrua o mundo. Porém, o tempo é curto e a
cada obstáculo que aparece, a situação fica cada vez mais calamitosa.
Na medida em que os tripulantes do Argo II viajam até a Grécia para impedir a cerimônia de
renascimento da Mãe Terra, o medo de falhar cresce em todos eles, especialmente
em Leo, que elabora um plano secreto que pode salvar ou aniquilar toda a
humanidade. Contudo, se Gaia precisa do sangue deles para recuperar plenamente
suas forças, não estariam os heróis caminhando em direção a uma armadilha
fatal?
Ao passo que a Acrópole se torna o cenário do clímax, Reyna,
Nico e o treinador Hedge ficam encarregados de levar a Atena Partenos até o
Acampamento Meio-Sangue. O problema é que o acampamento está sendo cercado por
tropas romanas, as quais, com a ajuda de monstros e outras criaturas do
submundo, estão dispostas a não deixar vestígios de sobreviventes. Além disso,
o trio está sendo caçado pelo gigante Orion. Cabe a Reyna escapar do inimigo
que está em seu encalço e também chegar a tempo com a estátua para estabelecer
a paz definitiva entre gregos e romanos.
O Sangue do Olimpo é apenas mais uma prova de que
Riordan é um autor cheio de cartas na manga. A narrativa é pressionada por uma
tensão que aumenta a cada aventura, e a opção de não seguir o roteiro da série
antecessora (Lembrando que Cronos, o vilão de Percy Jackson e os Olimpianos, já havia despertado desde o
penúltimo livro da saga), por mais que alguns leitores considerem uma falha
devido ao curto tempo da batalha final, revela que aqui o texano resolveu
enaltecer outros temas – não que a salvação do mundo não seja importante – ,
estreitando ainda mais a ponte entre personagens e leitores.
Os Heróis do Olimpo encerra com todas as ferramentas
adequadas que um fim poderia exigir, e com a impressão de que o leitor irá
reencontrar os semideuses em algum momento no futuro. Riordan ainda dá uma
pequena ponta de sua próxima série, voltada para mitologia nórdica, o que
significa que mais tramas estão vindo e também, para a alegria dos jovens
leitores, que o prazer da leitura não deve terminar com um simples ponto final.
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