sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Jogos Vorazes: A Esperança - O Final


Todos nós temos um único inimigo. E ele é o Presidente Snow. Ele corrompe tudo e todos. Esta noite, apontem suas armas para a Capital. Apontem suas armas para Snow”.

Quando a franquia Jogos Vorazes teve seu início no cinema em 2012, já nasceu com o preconceito de se tornar somente mais uma aventura adolescente. A jornada de Katness Everdeen (Jennifer Lawrence), no entanto, veio repleta de surpresas, com uma trama que conversava com desigualdade social, entretenimento sádico e coercivo e, principalmente, conflitos políticos.

Em A Esperança – O Final, como o próprio título já deixa explícito, tem-se o resgate dessas questões e faz com que o espectador chegue ao ápice da dramaticidade que envolve o povo de Panem e à revolução que promete cessar permanentemente a ditadura imposta pela Capital.


Assim que Peeta é resgatado da Capital nos momentos finais da Parte 1, Katness descobre que ele foi submetido a um tipo de lavagem cerebral; um condicionamento agressivo cujo único princípio é matar Katness. À medida que os treze Distritos se unem para o ataque revolucionário de invadir a Capital e obrigar a rendição do Presidente Snow, a Garota em Chamas finalmente sente a necessidade de se concentrar em cortar o mal pela raiz; Snow precisa arcar com as consequências de seus atos. 


Diferente da Parte 1, que foi muito criticada por sua relativa calmaria ponderativa e filosófica, aqui há o retorno da ação característica dos dois primeiros filmes, pois os rebeldes precisam enfrentar as armadilhas que foram colocadas nas ruas da Capital para impedir seu avanço. O perigo se esconde a cada curva e também na penumbra do subsolo, e cabe ao Tordo decidir qual a maneira mais sensata de pôr um fim à guerra.


O diretor Francis Lawrence aproveitou o regresso da arena sanguinária e a Lionsgate também não poupou gastos; as cenas em que Katness e seus amigos correm para sobreviver são bem filmadas, e os efeitos especiais contidos em cada uma não decepcionam. Destaque para duas situações: 1) no esgoto com os Bestantes, a qual possui uma tensão que remete a outra primorosa obra do diretor: Eu Sou a Lenda; 2) quando Katness tenta entrar na mansão, em meio a tiroteios e explosões.  


Talvez seja pelo clima de encerramento ou apenas mais uma peculiaridade presente em todos os longas da franquia, mas A Esperança – O Final carrega uma densa atmosfera melancólica, tanto na fotografia quanto nos acontecimentos que se desenrolam no decorrer da exibição. O interessante é ver como isso afeta personagens que antes eram amigáveis e irreverentes (Preste atenção em Gale), provando o amadurecimento da narrativa.


É gratificante perceber que uma história protagonizada por uma adolescente não se prendeu ao triângulo amoroso e passou longe de se tornar algo similar a Crepúsculo, ainda que essas temáticas estivessem incluídas nas intenções de Suzanne Collins. Embora Katness não tenha um final 100% feliz, especialmente porque algumas cicatrizes ficam para sempre, as ideologias revolucionárias encontradas no discurso de Jogos Vorazes apontam mais para a liberdade do que para felicidade. A crítica política e as relações de abuso de poder continuarão sendo os alicerces que fundamentaram essa franquia. Fica agora apenas o desejo utópico de que os jovens não se esqueçam disso. 

Trailer:

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