"Houve um despertar. Você sentiu?".
O cinema está se tornando saudosista. Em um período em que é
cada vez mais comum vez clássicos filmes retornarem do limbo (como Mad Max e Jurassic Park), a impressão é que não basta apenas relembrar o
sucesso de passados dourados para alegrar os fãs antigos, mas especialmente
enveredar nas possibilidades que aquele universo ainda tem a oferecer para
conquistar um novo público.
E Hollywood deve vibrar quando um roteiro com essa proposta
acaba caindo nas mãos de um diretor devoto ao saudosismo. J. J. Abrams é um cineasta que se enquadra nesse perfil, pois já
possui no seu currículo o reinício de Star
Trek e o fantástico Super 8, cujo
objetivo era resgatar o espírito de alguns longas da década de 1980. Não era
de se espantar, portanto, que ele se envolvesse em outro projeto dessa estirpe.
Mas ninguém, tampouco os fãs, esperavam que fosse um novo Star Wars.
Depois do anúncio de que a Disney tinha adquirido os direitos
sobre a obra de George Lucas e que
uma nova trilogia seria desenvolvida, muitas indagações foram levantadas: o que
resta contar? O que aconteceu com aqueles personagens após 32 anos desde o
episódio VI? Star Wars: O Despertar da
Força responde muitas perguntas, abre portas para o futuro, e faz com que
uma das franquias mais mitológicas da história do cinema continue com o
respeito irretocável.
No final de O Retorno
de Jedi, o Império é arruinado junto com a destruição da segunda Estrela da
Morte. Porém, o Lado Sombrio continua vivo, e das cinzas do Império surge o seu
remanescente: a Primeira Ordem. O enredo do filme tem seu início com Kylo Ren (Adam Driver), líder dos Cavaleiros de
Ren, em busca do mapa que pode entregar a localização do paradeiro de Luke
Skywalker (Mark Hammil), o último
Cavaleiro Jedi. Se a Primeria Ordem conseguir capturar Luke, o Lado Sombrio
finalmente terá sua vitória.
Uma parte deste mapa está com BB-8, um cativante droide, e
ele acaba se tornando amigo de uma catadora de lixo, Rey (Dayse Ridley), e de um fugitivo do próprio passado, Finn (John Boyega). A dupla logo é perseguida
pela Primeira Ordem e recebe a ajuda Han Solo (Harrison Ford), que pode levá-los à Resistência, antiga Aliança
Rebelde, uma vez que a líder Leia (Carrie
Fisher) também almeja adquirir o mapa.
O Despertar da Força é uma homenagem do começo ao fim. A
própria estrutura narrativa é bastante similar com Uma Nova Esperança, até pelo fato de existir uma nova Estrela da
Morte e na resolução de como destruí-la, o que vem arrancando críticas
negativas de muitos fãs, mas talvez a verdadeira intenção fosse preservar as
origens da franquia no sentido de como Luke foi introduzido à sua jornada. As
referências aos episódios anteriores são diversas – a trilha sonora de John Williams é uma viagem no tempo – e
é deveras emocionante rever esse mundo e seus personagens icônicos. (Assistir a
Millennium Falcon de volta à ativa é de arrepiar).
Além do avanço tecnológico, que contribui para um verdadeiro
e belíssimo espetáculo visual nas cenas de ação, as atuações não deixam a
desejar. Boyega é sensacional como alívio cômico e nos seus momentos heroicos,
assim como Ridley consegue transmitir claramente a evolução de Rey durante o
seu percurso. Ambos sustentam quase toda a trama e seria formidável se pudessem
ficar juntos no futuro. O título do filme faz menção à Força, a qual é muito
trabalhada em Kylo Ren, que a maneja quase tão bem quanto Darth Vader. É certo que
esse personagem trará mais surpresas.
Infelizmente, Star
Wars: O Despertar da Força tem seus deslizes. Algumas explicações são
superficiais e não saciam a curiosidade do espectador. Afinal de contas, era de
se esperar alguns detalhes do que aconteceu nos últimos 30 anos. Algumas
respostas podem ser encontradas em livros canônicos, mas e quem não os leu? É
provável, é claro, que alguns mistérios sejam solucionados nas sequências, o
que mostra que ainda há variados caminhos para esse universo ser expandido.
Com seu novo trabalho, J. J. Abrams conseguiu levar o
saudosismo a um outro patamar, enaltecendo com mais profundidade uma franquia
que consagrou o gênero da ficção científica e do space opera. A Força despertou, e será um prazer, agora mais do que
nunca, mergulhar na imaginação e nas aventuras que somente são encontradas naquela
galáxia muito, muito distante.
Trailer:
Pra tudo tem um limite, uma coisa é manter o espirito dos filmes antigos e usar algumas referências, outra coisa bem diferente é se basear 100% no episódio IV deixando muitas coisas mal feitas e toscas pra história de Star Wars, como a destruição pela 3ª vez da "Estrela da Morte"... Acho muito interessante que os fãs "Old school" reclamam tanto dos Episódios I-II-III por serem filmes focados muito na aparência, só que O Despertar da Força foi justamente isso, se focou demais só na aparência dos filmes antigos e se esqueceu do mais importante, do ROTEIRO, de contar uma história, a história de Star Wars como um todo, eles ficaram tão preocupados em chamar novos fãs que não se preocuparam com a coerência da narrativa. O que faltou neste novo filme de Star Wars foi o justamente equilíbrio, não deve ser nem 8 (episódios I e II, querer inovar demais) nem 80 (episódio VII, copiar ao extremo os filmes antigos, e fazer Star Wars parar no tempo, o Episódio VII foi um retrocesso pra Star Wars, e é impressionante como a maioria dos fãs ainda não enxergaram isso.
ResponderExcluirAssista Star Wars: O Despertar da Força Full Film On-line : http://starwarstheforceawakens2015.com
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