segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Star Wars: O Despertar da Força


"Houve um despertar. Você sentiu?". 

O cinema está se tornando saudosista. Em um período em que é cada vez mais comum vez clássicos filmes retornarem do limbo (como Mad Max e Jurassic Park), a impressão é que não basta apenas relembrar o sucesso de passados dourados para alegrar os fãs antigos, mas especialmente enveredar nas possibilidades que aquele universo ainda tem a oferecer para conquistar um novo público.

E Hollywood deve vibrar quando um roteiro com essa proposta acaba caindo nas mãos de um diretor devoto ao saudosismo. J. J. Abrams é um cineasta que se enquadra nesse perfil, pois já possui no seu currículo o reinício de Star Trek e o fantástico Super 8, cujo objetivo era resgatar o espírito de alguns longas da década de 1980. Não era de se espantar, portanto, que ele se envolvesse em outro projeto dessa estirpe. Mas ninguém, tampouco os fãs, esperavam que fosse um novo Star Wars.

Depois do anúncio de que a Disney tinha adquirido os direitos sobre a obra de George Lucas e que uma nova trilogia seria desenvolvida, muitas indagações foram levantadas: o que resta contar? O que aconteceu com aqueles personagens após 32 anos desde o episódio VI? Star Wars: O Despertar da Força responde muitas perguntas, abre portas para o futuro, e faz com que uma das franquias mais mitológicas da história do cinema continue com o respeito irretocável. 


No final de O Retorno de Jedi, o Império é arruinado junto com a destruição da segunda Estrela da Morte. Porém, o Lado Sombrio continua vivo, e das cinzas do Império surge o seu remanescente: a Primeira Ordem. O enredo do filme tem seu início com Kylo Ren (Adam Driver), líder dos Cavaleiros de Ren, em busca do mapa que pode entregar a localização do paradeiro de Luke Skywalker (Mark Hammil), o último Cavaleiro Jedi. Se a Primeria Ordem conseguir capturar Luke, o Lado Sombrio finalmente terá sua vitória.


Uma parte deste mapa está com BB-8, um cativante droide, e ele acaba se tornando amigo de uma catadora de lixo, Rey (Dayse Ridley), e de um fugitivo do próprio passado, Finn (John Boyega). A dupla logo é perseguida pela Primeira Ordem e recebe a ajuda Han Solo (Harrison Ford), que pode levá-los à Resistência, antiga Aliança Rebelde, uma vez que a líder Leia (Carrie Fisher) também almeja adquirir o mapa.   


O Despertar da Força é uma homenagem do começo ao fim. A própria estrutura narrativa é bastante similar com Uma Nova Esperança, até pelo fato de existir uma nova Estrela da Morte e na resolução de como destruí-la, o que vem arrancando críticas negativas de muitos fãs, mas talvez a verdadeira intenção fosse preservar as origens da franquia no sentido de como Luke foi introduzido à sua jornada. As referências aos episódios anteriores são diversas – a trilha sonora de John Williams é uma viagem no tempo – e é deveras emocionante rever esse mundo e seus personagens icônicos. (Assistir a Millennium Falcon de volta à ativa é de arrepiar).   


Além do avanço tecnológico, que contribui para um verdadeiro e belíssimo espetáculo visual nas cenas de ação, as atuações não deixam a desejar. Boyega é sensacional como alívio cômico e nos seus momentos heroicos, assim como Ridley consegue transmitir claramente a evolução de Rey durante o seu percurso. Ambos sustentam quase toda a trama e seria formidável se pudessem ficar juntos no futuro. O título do filme faz menção à Força, a qual é muito trabalhada em Kylo Ren, que a maneja quase tão bem quanto Darth Vader. É certo que esse personagem trará mais surpresas. 


Infelizmente, Star Wars: O Despertar da Força tem seus deslizes. Algumas explicações são superficiais e não saciam a curiosidade do espectador. Afinal de contas, era de se esperar alguns detalhes do que aconteceu nos últimos 30 anos. Algumas respostas podem ser encontradas em livros canônicos, mas e quem não os leu? É provável, é claro, que alguns mistérios sejam solucionados nas sequências, o que mostra que ainda há variados caminhos para esse universo ser expandido.


Com seu novo trabalho, J. J. Abrams conseguiu levar o saudosismo a um outro patamar, enaltecendo com mais profundidade uma franquia que consagrou o gênero da ficção científica e do space opera. A Força despertou, e será um prazer, agora mais do que nunca, mergulhar na imaginação e nas aventuras que somente são encontradas naquela galáxia muito, muito distante.  

Trailer:

2 comentários:

  1. Pra tudo tem um limite, uma coisa é manter o espirito dos filmes antigos e usar algumas referências, outra coisa bem diferente é se basear 100% no episódio IV deixando muitas coisas mal feitas e toscas pra história de Star Wars, como a destruição pela 3ª vez da "Estrela da Morte"... Acho muito interessante que os fãs "Old school" reclamam tanto dos Episódios I-II-III por serem filmes focados muito na aparência, só que O Despertar da Força foi justamente isso, se focou demais só na aparência dos filmes antigos e se esqueceu do mais importante, do ROTEIRO, de contar uma história, a história de Star Wars como um todo, eles ficaram tão preocupados em chamar novos fãs que não se preocuparam com a coerência da narrativa. O que faltou neste novo filme de Star Wars foi o justamente equilíbrio, não deve ser nem 8 (episódios I e II, querer inovar demais) nem 80 (episódio VII, copiar ao extremo os filmes antigos, e fazer Star Wars parar no tempo, o Episódio VII foi um retrocesso pra Star Wars, e é impressionante como a maioria dos fãs ainda não enxergaram isso.

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  2. Assista Star Wars: O Despertar da Força Full Film On-line : http://starwarstheforceawakens2015.com

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