“Não importa quem vença ou perca, problemas
sempre irão aparecer”.
A essa altura do campeonato, o cinéfilo já deve estar
acostumado com o Universo Cinematográfico da Marvel. Com pelo menos dois filmes
lançados por ano, a empresa vem construindo um legado que agrada aos fãs e à
indústria do entretenimento, estabelecendo personagens que acabam tornando-se
comuns no cotidiano devido aos vários enredos desenvolvidos.
Em sua fase 1, tudo era novidade e ter o cuidado para não
pisar em ovos era essencial. O resultado foi que, em 2012, com a estreia de Os Vingadores, a Marvel conseguiu unir
seus heróis em uma aventura de encher os olhos, e o primeiro longa da equipe
entrou para o hall das maiores
bilheterias da história do cinema.
Com a fase 2 chegando ao fim, é necessário que o grupo
heroico se reúna mais uma vez, pois tudo faz parte de um quebra-cabeça
engenhoso e a tendência é que as ameaças fiquem cada vez maiores. É neste clima
que estreia Vingadores: Era de Ultron,
novamente dirigido por Joss Wheadon.
A trama gira em torno do desejo que Tony Stark (Robert Downey Jr.) tem de construir uma
armadura robótica, movida à inteligência artificial, que seja capaz de proteger
todo o planeta contra possíveis ataques extraterrestres. A ideia é aprovada e
compartilhada com o cientista Bruce Banner (Mark Ruffalo), e assim o projeto Ultron entra em ação.
Quando a ciência resolve fuçar em assuntos que não entende
perfeitamente, os resultados são imprevisíveis. Parte da composição de Ultron é
estabelecida pela pedra contida no cetro de Loki, e uma vez que o robô tem
acesso à internet e possui seu próprio raciocínio, ele logo chega à conclusão
que de fato precisa manter a paz... Extinguindo a raça humana.
Cabe aos Vingadores deter este novo inimigo antes que o mundo
entre em um colapso apocalíptico. Ultron, na voz original de James Spader, é uma mistura do mostro
Frankenstein com o boneco Pinóquio; por um lado, não quer ser comparado a Tony
Stark e a nenhum outro vingador; em contrapartida, tem a ambição de ser um homo sapiens mais evoluído, com tecido e
carne, e inclusive cantarola a música do menino de madeira em alguns momentos.
Joss Wheadon, que já confirmou que não irá dirigir o terceiro
filme, entregou aqui uma obra prima grandiosa. As cenas de ação são enormes e diversas,
e em cada uma o diretor soube mostrar o quanto evoluiu desde a primeira
aventura dos heróis (Destaque para a cena inicial, a luta da Hulkbuster e o
clímax). A produção também aumentou a escala de locações de filmagens, tendo em
vista que passou por vários países, transmitindo a preocupação da ameaça
global. Se a ação é abundante, o roteiro também está de parabéns, focando no
lado pessoal; no primeiro Vingadores
havia a necessidade de unir o time, agora existe a questão de até que ponto
eles podem ficar juntos e se realmente são qualificados para proteger o mundo.
O enredo soube dar mais importância a personagens pequenos,
como Gavião Arqueiro (Jeremy Renner),
e aprofundou a relação de Hulk com a Viúva Negra (Scarlett Johansson). Também há espaço para introduzir Mercúrio (Aaron Johnson), Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen) e Visão (Paul Bettany), e as características de
liderança de Capitão América (Chris
Evans) continuam em evidência. Já Thor (Chris Hemsworth), aqui com uma função peculiar (Joias do Infinito,
aí vamos nós!), terá a responsabilidade de expandir o núcleo cósmico e
provavelmente o espectador saberá mais coisas a respeito de Thanos.
Vingadores: Era de
Ultron poderia ter
sido mais sério e sombrio, ou até mesmo ter mais equilíbrio entre a calmaria e
a ação frenética, mas conseguiu manter a qualidade que a Marvel vem se
esforçando em fundamentar e, como é de costume, preparou terreno para os
futuros projetos: Capitão América: Guerra
Civil, Thor 3 e, principalmente,
a Guerra do Infinito. Era de Ultron é fantástico, envolvente,
e apenas mais uma peça do jogo de xadrez, mostrando de novo que esses heróis,
cada vez mais íntimos dos cinéfilos, ainda têm muitas batalhas épicas para
travar.
Trailer:
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