sexta-feira, 6 de junho de 2014

X-Men: Dias de um Futuro Esquecido


Tantas batalhas travadas por tantos anos e, ainda assim, nenhuma delas foi como esta. Estaremos destinados a nos destruir? Ou podemos mudar quem somos e nos unir? O futuro já está determinado?”. 

A Marvel, ao que tudo indica, está fazendo escola. Ou, no mínimo, tentam seguir o seu exemplo. O universo coeso estabelecido em seus filmes, o qual convergiu em Os Vingadores, demonstrou que as aventuras vividas nos quadrinhos podem também ganhar autonomia nas telonas. A DC Comics parece ter entendido isso tarde demais e agora batalha para lançar a versão cinematográfica de Liga da Justiça

Desse modo, a Fox não poderia ficar atrás e, na tentativa de reproduzir o sucesso alcançado pela Marvel, utilizou a franquia dos filhos do átomo para criar um grande evento e unir as duas gerações já mostradas no cinema. Bryan Singer, diretor de X-Men e X-Men 2, retorna à direção daquele que poderia ter sido o filme mais promissor dos mutantes.


Promissor no sentido de corrigir os erros cometidos anteriormente e fornecer à franquia uma merecida coesão. O esforço de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido é, pelo menos, louvável. A trama é inspirada na HQ de mesmo título e dividida em duas realidades. No futuro apocalíptico, protagonizado pelo elenco da trilogia original, a maioria dos mutantes existentes no planeta foram exterminados pelas Sentinelas, criaturas desenvolvidas pelo Governo para extinguir toda e qualquer criatura mutante. 

Diante dessa ameaça mortal, os X-Men sobreviventes decidem enviar alguém ao passado no intuito de que a guerra sequer comece. O escolhido é Wolverine (Hugh Jackman), que após ter a consciência enviada para a década de 1970, tem como objetivo convencer os personagens apresentados em X-Men: Primeira Classe, especialmente Charles Xavier (James McAvoy) e Magneto (Michael Fassbender), de que o futuro pode ser reescrito. Para evitar as calamidades que o destino reserva, eles precisam impedir que Mística (Jennifer Lawrence) mate Bolivar Trask, criador das Sentinelas.


A ação está ótima e as cenas do futuro são pesadas e fortes, o que acrescenta mais drama em todo o percurso do enredo. Como o longa se passa mais no passado, os méritos conquistados em Primeira Classe retornam; a relação de Xavier e Magneto está mais tensa e instável devido aos fatos ocorridos em Cuba. Eventos históricos, como a morte de JFK e a Guerra do Vietnã fortalecem a obra e a presença de Mercúrio no Pentágono é simplesmente fantástica. 

Diferente do que muitos pensavam, desta vez Wolverine não tira o brilho dos outros personagens. Sua função no roteiro é criar e fortalecer laços, mas o clímax pertence realmente ao Xavier de McAvoy, o Magneto de Fassbender e a Mística de Lawrence, cujos desempenhos estão esplêndidos em cada cena que dividem (Destaque para Magneto, que faz um estádio de futebol levitar).


No entanto, por envolver viagem no tempo, era de se esperar que os produtores tivessem cuidado em certos detalhes, se a coerência da franquia fosse de fato o verdadeiro foco. Afinal, eles não aprenderam nada com os ensinamentos dos clássicos De Volta Para o Futuro, Exterminador do Futuro, ou até mesmo o recente Looper? Como o Xavier do futuro recuperou seu corpo, considerando os acontecimentos de X-Men 3? Desde quando Kitty Pryde tem a habilidade de fazer a consciência de alguém viajar no tempo? Wolverine – Imortal faz parte da cronologia oficial da série ou não? E quais as ações que Logan realizou no passado que foram responsáveis pelo futuro apresentado no final? 

Ao fim de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido, fica a dúvida do que a Fox pretende fazer a seguir. Eles vão aposentar o elenco antigo ou reaproveitá-lo? Ao menos divulgou-se que a trama do próximo filme, X-Men: Apocalipse (veja a cena pós-crédito), vai acontecer na década de 1980 e mostrará a segunda geração da escola de mutantes. A Fox chegou perto de reprisar o que a Marvel conquistou, porém, talvez o momento certo ainda esteja longe de acontecer. O futuro permanece nebuloso. 

Trailer:

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