sexta-feira, 8 de março de 2013

Ode à Costela




É simples entender porque as mulheres sempre buscam reconhecimento: elas são vítimas desde o início dos tempos. A estrada de infortúnios tem seu prefácio lá no Gênesis, quando Eva é covardemente ludibriada pela cobra e experimenta do fruto proibido. A partir daí, além de ter sido expulsa do local mais seguro e puro da face da Terra e transmitir ao restante da humanidade as marcas da queda, por desobediência às ordens de Deus, Ele também a consagrou com uma dor descomunal na hora do parto. 

De fato, o sangue é o elemento que mais está presente no histórico feminino. Desde morticínios a estupros, não é de se admirar que elas mereçam um pouco mais de respeito. Abram os olhos, homens! Pois, se o berço da mulher é proveniente de uma costela masculina, não há dúvidas sequer de que elas estão aqui para fazer da metade um todo. 

Mulheres possuem a habilidade de estabelecer o equilíbrio. Podem ser a luz em tempos de trevas. Elas têm a capacidade de misturar a razão e a emoção sem sofrer danos mentais e ainda insistem em demonstrar o contrário. É claro que há exceções: as confusas permanecem perdidas porque continuam ignorando seu verdadeiro potencial. O que não deixa de ser comum, uma vez que a jornada é repleta de obstáculos e, segundo diria Guimarães Rosa, o que importa é a travessia. E isso elas conseguem realizar com destreza e maestria. 

Mulheres sabem separar o joio do trigo e encontram a ovelha perdida do rebanho, mesmo que isso demore horas e – em muitos casos – vários dias. Elas nos situam no espaço, nos impulsionam a sair da letargia, ressignificam e renovam nossos propósitos e nos fazem refletir a respeito daquilo que está entre o princípio e o fim. Ah, o fim! Se a mulher é o recipiente da vida, nada mais justo imaginar a morte ao lado de outra mulher que te faça feliz. Na saúde e na doença, assim dizem por aí. 

Acordai-vos, homens! Embora existam aquelas traiçoeiras como raposas e destiladoras de veneno como as serpentes, é sensato nunca se esquecer de que dentro de uma colheita sempre surgirá uma fruta podre. O tempo e a vida tratarão de moldá-la, por isso jamais desista de todo o resto. Porque, apesar das falhas, todo homem precisa reconhecer, acima de qualquer imperfeição, que as mulheres são uma obra divina.


                                                                                                                    Parabéns, mulheres!

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