sábado, 6 de agosto de 2011

Sucker Punch: Mundo Surreal


"Todos nós temos um anjo. Um guardião que nos protege. Pode tomar qualquer forma. Um dia, um homem velho. No outro, uma garotinha. Não deixe que as aparências te enganem. Eles podem ser tão cruéis quanto qualquer dragão. Podem não estar aqui para lutar nossas batalhas, mas sussurram em meu coração. Lembrando que somos nós, que cada um de nós tem o poder sobre o mundo que criamos".


A imaginação é a chave para abrir as portas que nos levam à lugares extraordinários, utópicos e que podem ser moldados de acordo com a nossa vontade. Somos os arquitetos do nosso mundo imaginário particular, criamos os cenários e estabelecemos as regras, mas dependendo da capacidade imaginativa do indivíduo, seu universo de fantasia ganha vida própria e passa a ter domínio sobre si mesmo, aprisionando-o na cela que ele mesmo criou. É o que ocorre quando você "viaja na maionese" ou se encontra no "mundo da lua", e apenas acorda porque há alguém que te faz retornar à realidade.

Ainda que algumas pessoas discordam, não temos a obrigação de aceitar uma realidade da qual não gostamos ou não conseguimos nos adaptar. E embora seja necessário permanecer nela, sem o auxílio de qualquer tipo de subterfúgio, a imaginação é a única saída que nossa mente encontra para escapar de uma dada situação e o único caminho que temos para obter o poder de subjugar algo ou alguém. A imaginação é a fada que realiza nossos desejos.

É a partir dessa premissa que o conceito de Sucker Punch: Mundo Surreal é desenvolvido, graças ao roteirista e também diretor Zack Snyder (diretor de 300, Watchmen e do futuro Superman) e a sua mente incrivelmente criativa. Aqui somos capazes de mergulhar em uma narrativa em que a fantasia é explorada até o ápice do surrealismo, fator que sustenta o filme e que direciona o espectador a uma aventura deslumbrante e inesperada.


Ambientada na década de 50, a história nos apresenta Baby Doll (sim, esse é o único nome designado à ela), garota totalmente arrasada pela perda da mãe e pela morte acidental da irmã. No intuito de ficar com a herança da mãe apenas para si, o padrasto da menina a interna em um sanatório. Uma vez dentro daquele local de desespero e sofrimento, ela descobre que um médico virá lobotomizá-la dali em 5 dias. É neste instante que Baby Doll abre a sua mente e utiliza a imaginação como ferramenta de fuga.

Com sua mente inteiramente submersa na fantasia, a pobre garota transforma o sanatório em um bordel, no qual ela e outras meninas servem de entretenimento para os visitantes. Por mais que o filme sugira um clima erótico e crie uma tensão agressiva, o foco narrativo é outro: o fantasioso, o imaginário, o surreal. Nos ensaios para o show do bordel, Baby Doll abre a mente mais uma vez e nos apresenta o terceiro - e principal - cenário do longa; local em que ela inicia sua jornada como heroína, munida de pistola e espada samurai, e enfrenta obstáculos extremamente inusitados ao lado de suas colegas.


O objetivo: liberdade. A missão: buscar 5 itens que as ajudarão no momento da escapatória. E é em cada uma dessas missões que o filme surpreende, nos presenteando com cenas de ação inovadoras e recheadas de elementos dos mais variados, como dragões, robôs de alta tecnologia, samurais gigantes de pedra, orcs, e tantas outras coisas... Para que a fusão desses gêneros distintos dessem certo, foram utilizados efeitos visuais bombásticos e uma trilha sonora inteligente, criando uma atmosfera difícil de descrever.

Com Sucker Punch: Mundo Surreal, Zack Snyder demonstra o quão visionária, delirante e subversiva sua direção pode ser. Afinal, para usar a imaginação como dispositivo de aceleração de um filme, é preciso que sua consciência já tenha passado muito tempo solta na fantasia. E, como Snyder provou, embora o final não corresponda com o restante do deslumbramento encontrado no decorrer do longa, a exposição do imaginário (quando bem estruturada) pode dar muito certo e tirar o fôlego de multidões. Audacioso, arrebatador e simplesmente fantástico.


"Podemos negar que nossos anjos existam. Dizer a nós mesmos que eles não podem ser reais. Mas eles aparecem de qualquer maneira... Em lugares estranhos, em tempos estranhos. Eles podem ser qualquer personagem que possamos imaginar. Serão verdadeiros demônios, se precisarem... Nos chamando... Nos desafiando a lutar".


Trailer:

Um comentário:

  1. A mi me gustou mucho tu texto. Habia mucho tiempo estaba atrás de esta película e tu comentário dejou-me curioso para mirar esta película. Hasta porque tienes chicas muy guapas, no? Kkkkkk! Voy seguir tu blog de cá de Chile, hombre!

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