“Eu procuro
justiça. Mas aceito vingança”.
Em 1960 estreava Sete
Homens e Um Destino, remake de Os Sete Samurais de Akira Kurosawa. Um típico Velho Oeste que rendeu centenas de
elogios e três continuações. Porém, com a onda incessante de remakes que assola Hollywood, parecia
óbvio que em algum momento chegaria a vez dos faroestes.
Dirigido por Antoine
Fuqua (Dia de Treinamento e O Protetor), o filme, apesar de ser de
época, não foge das características básicas de uma refilmagem: tenta criar um
laço de empatia do público atual para com a obra. Isso é perceptível desde a
variada etnia que compõe o grupo dos sete, à bravura de uma mulher e um clímax
com destruição explosiva.
Quando as pessoas de um vilarejo são atormentadas por um
vilão que quer tomar suas terras (Peter
Sarsgaard), é preciso pedir a ajuda de pessoas corajosas (ou suicidas) para
lutar pelos oprimidos. O líder dessa empreitada é Sam Chisolm (Denzel Washington), que recruta os seis
homens restantes.
O roteiro da trama se sustenta na relação entre os sete
heróis. Cada qual tem sua origem (há espaço até para um latino e um ocidental),
e a interação que eles constroem entre si é divertida de assistir.
Infelizmente, se o enredo tivesse se aprofundado neste aspecto, poderia ter
rendido uma identificação maior do que ter arrastado com desleixo a segunda
parte do filme (no mínimo, teve algo de errado com a edição) até chegar ao seu
desfecho.
É notório que cada um possui uma história pregressa. Um dos
personagens, por exemplo, possui visões, pressentimentos, um trauma causado por
batalhas antigas. Por que a produção sequer mostra essas visões? E por que não
explorar um pouco da gênese de Josh Farraday (Chris Pratt, o palhaço da equipe) e revelar como ele se tornou um
malandro?
Antoine Fuqua, ainda que tenha concedido aqui bons
enquadramentos e um clímax respeitável, poderia ter aproveitado mais seu elenco
de peso – especialmente o vilão – para enriquecer a obra. Fica difícil saber
qual é o propósito de Sete Homens e Um
Destino, considerando um final que não deixa claro qual o rumo que a
história irá tomar. Pode-se dizer que pelo menos valeu a tentativa.
Trailer: