É normal que um escritor tenha carinho por seu protagonista.
Caso contrário, a magia da literatura não funciona. Assim como Harry Potter se
tornou a galinha dos ovos de ouro de J.K.
Rowling, o mesmo pode ser dito de Percy Jackson para Rick Riordan. No caso do autor texano, no entanto, a afeição pelo
semideus acabou gerando uma segunda série, Os
Heróis do Olimpo e, obviamente, para o deleite dos leitores, expandiu o
universo já estabelecido anteriormente.
Em O Filho de Netuno,
segundo volume da saga, Percy Jackson retorna, e igualmente como ocorre com o
personagem Jason no volume anterior, está com amnésia. Tudo o que se lembra é
de receber instruções para encontrar um lugar chamado de Acampamento Júpiter,
onde semideuses romanos são treinados.
Ao chegar lá, ele conhece Hazel, filha de Plutão (Hades, em
grego). A garota vive atormentada com o segredo que causou a morte da sua mãe e
também pelo fato de já ter morrido uma vez. Percy também ganha outro amigo,
Frank, este muito bom no arco e flecha, mas extremamente desastrado e infeliz
por não saber qual dos deuses é o seu pai.
Riordan imediatamente apresenta o novo acampamento para o
leitor, com todas as suas regras e tradições. Contudo, com a chegada de Percy,
eles descobrem que Gaia, a Mãe Terra, está acelerando o processo do seu
despertar; o gigante Polibotes, liderando um gigantesco exército de ciclopes e
centauros, está marchando para destruir o acampamento.
Da maneira mais improvável possível, Percy, Hazel e Frank são
escalados para cumprir a missão de ir até o Alasca para resgatar Tânatos, pois
ele é quem guarda as Portas da Morte. Se elas permanecerem abertas, nenhum
mostro poderá morrer, e o caos será total. O problema é que o Alasca é uma
terra que está além dos poderes dos deuses e quem manda por lá é o gigante
Alcioneu, um dos filhos legítimos de Gaia, o qual aguarda ansiosamente a
chegada dos três heróis.
Mais uma vez a ação é o ponto chave da narrativa. Durante o
trajeto do trio, muitos obstáculos surgem e cada um dos semideuses demonstra
sua importância para a jornada e para os planos da Profecia dos Sete. Riordan
também continuou trabalhando no aspecto psicológico, algo que se destacou no
primeiro livro; Percy vez ou outra tem lampejos do passado, o que causa no
leitor uma sensação nostálgica; Hazel, por ter saído do Mundo Inferior sem
autorização, tem medo de que Tânatos a jogue novamente nas profundezas; e Frank
é incomodado pela maldição que carrega e também pela curiosidade de saber qual
é o dom de sua família.
Em o Filho de Netuno,
Rick Riordan demonstra que a gravidade dos eventos da saga Os Heróis do Olimpo é bem mais alarmante do que o período em que
Cronos tentou invadir Nova York. Tudo faz parte de um grande plano, e Percy
Jackson e os seus amigos, como de costume, terão que pôr suas coragens à prova
para não permitir que a civilização seja engolida pela Mãe Terra. Ainda há
muito caminho para esta história se expandir.
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