“São as coisas que mais amamos que nos destroem”.
A revolução é a consequência de algo e, portanto, antes de nascer, precisa de uma causa. Uma vez que a faísca é estimulada, a revolta abre as portas para uma fúria desenfreada, tanto da parte do opressor quanto do coagido. É esse o espírito que permeia a terceira etapa da jornada de Katness Everdeen (Jennifer Lawrence), a qual tem início em Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1.
Embora seja sempre um pouco mais complicado falar de um filme dividido em dois, cujo evento épico e derradeiro é obviamente deixado apenas para a segunda parte, há casos em que essas separações favorecem a franquia (afinal, o lucro é maior), os fãs (o prazer de ir ao cinema mais uma vez), e, é claro, a história (Harry Potter e as Relíquias da Morte é um exemplo).
Sabendo disso, os roteiristas, juntamente com o diretor Francis Lawrence (Constantine e Eu Sou a Lenda), se empenharam para tecer uma narrativa isolada e, mesmo sendo um filme relativamente curto, Jogos Vorazes 3.1 conseguiu manter a qualidade dos seus antecessores.
Após o inesperado final do Massacre Quaternário, evento arquitetado propositadamente pelo Presidente Snow, Katness desperta no lendário Distrito 13. A garota descobre que as pessoas desse distrito vivem no subsolo há anos no intuito de se protegerem e também de esperar a chance perfeita para atacar a Capital. Katness é o símbolo que a revolução precisa, pois seus atos de valentia podem unir todos os distritos em prol de uma nova Panem.
No entanto, se os líderes do Distrito 13, incluindo a Presidente Coen (Julianne Moore), quiserem que Katness de fato se torne o Tordo, terão que atender algumas exigências, entre elas resgatar Peeta das masmorras da Capital. E, sabendo das atrocidades que o Presidente Snow é capaz de fazer, qualquer passo em falso pode ser fatal.
Com a ausência dos Jogos, a característica sanguinária da série ganha uma nova faceta. As mortes foram elevadas a um novo patamar; qualquer pessoa que se envolver com o símbolo do Tordo será executada sem clemência. Isso enaltece aquilo que a franquia tem de melhor, já que potencializa a ideia da luta contra a tirania em tempos de ditadura (Destaque para a fantástica cena da represa) e provando que o seu foco é em um público que não se contenta com o superficial.
As analogias contra corrupção e manipulação continuam, e ao julgar pelo final de A Esperança Parte 1, a batalha vai aumentar exponencialmente. Toda ação causa uma reação, e Katness é, agora mais do que nunca, a representação nítida de que qualquer ato de questionamento, qualquer desejo de liberdade e justiça, podem se canalizar em revolução e fúria. O Tordo vive.
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