sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Maze Runner - Correr ou Morrer



Você é diferente. Você é curioso”. 

A distopia, atualmente, parece ser a bola da vez no âmbito das ficções-científicas. E como se a coincidência não bastasse, a maioria dos filmes com essa temática são inspirados em obras literárias, sendo Jogos Vorazes o líder da lista. Um futuro pós-apocalíptico, no qual só é possível ver o rastro de luz sob o olhar juvenil, não é apenas um prato cheio para a garotada como também é capaz de despertar a atenção do público mais adulto. 

Maze Runner – Correr ou Morrer é mais um produto de tal filosofia. Baseado na obra de James Dashner, o longa mal tem início e já mostra a que veio: mexer com o emocional do espectador. A primeira cena é a responsável pela apresentação do protagonista Thomas (Dylan O’Brien), que está preso em um elevador e sem memória de quem é ou o que fez antes de entrar ali. 

O fim da subida o leva até à Clareira, local onde, uma vez por mês, por razões desconhecidas, um novo menino é enviado para conviver com o grupo de rapazes que já moram ali há anos. O lugar é cercado pelas enormes paredes de um labirinto que se abre e fecha, respectivamente, no início e final de cada dia. Se alguém ficar preso no labirinto tem poucas chances de sobreviver, pois no interior da construção habitam criaturas medonhas e mortíferas.


Cada pessoa na Clareira tem sua função, e entre eles há os chamados corredores. O objetivo deles é percorrer o labirinto durante todo o dia no intuito de mapeá-lo e encontrar uma saída. Contudo, Thomas é curioso, e não demora que ele questione quem os colocou ali e quem controla o labirinto. Com isso, regras começam a ser quebradas e as consequências acabam se revelando destrutivas. 

O longa é exibido de maneira surpreendente, uma vez que foi dirigido pelo iniciante Wes Ball. O novato não fez feio, entregando uma trama com suspense contido e ação desenfreada; todas as cenas do labirinto são fabulosas e a preparação de elenco trabalhou bem nos momentos em que os corredores precisam escapar das paredes imprevisíveis e claustrofóbicas da monumental construção.


Infelizmente, a produção se preocupou mais com a ação do que com o desenvolvimento de personagens. Teresa (Kaya Scodelario), por exemplo, mal surge e já mergulha na adrenalina do enredo. A relação mais interessante talvez seja entre Thomas e Gally (Will Poulter), a qual remete às figuras de Moisés e Ramsés; este, o eterno relutante; o outro, defensor e guia da liberdade. 

Maze Runner, porém, é o típico filme pensado para se firmar uma franquia, assim como outras produções de temas similares. É provável que, devido a isso, os questionamentos e os mistérios levantados decepcionem um pouco, pois não serão resolvidos aqui e o gancho no final é mais do que explícito. O lado bom, pelo menos, é que a corrida começou bem e, se mantiver o fôlego, não haverá percalços no caminho e tampouco vergonha ao alcançar a linha de chegada. Ainda tem muito chão pela frente.


Trailer:

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