sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Guardiões da Galáxia


Eu olho para nós e sabem o que vejo? Perdedores. Mas a vida está nos dando uma chance”.

Durante os créditos finais de Thor – O Mundo Sombrio, é exibida uma cena em que o Colecionador (Benicio Del Toro) recebe um determinado item de procedência duvidosa e valor inestimável. A cena em questão era mais uma evidência do quebra-cabeça que a Marvel está tentando montar e, para os cinéfilos desinformados, faz conexão direta com a trama de Guardiões da Galáxia

Essa talvez seja a aposta mais arriscada que a Marvel já fez para um filme. Além de apresentar ao público uma equipe pouco conhecida, o gasto que a produção teve foi bastante considerável. Era primordial que a aventura arrecadasse bons lucros e que o enredo trouxesse mais graça e conteúdo ao universo que a indústria está construindo. Felizmente, o resultado não revelou apenas um roteiro cativante que exalta a amizade, como também personagens com um potencial de atingir as estrelas. 

No ano de 1988, o jovem Peter Quill (Chris Pratt) é abduzido após a morte de sua mãe. Vinte e seis anos depois, vagando por um planeta inóspito, Quill, que agora se autointitula de “Senhor das Estrelas”, encontra um misterioso orbe e o rouba para que seja vendido posteriormente. O que ele sequer imagina é que tal objeto contém uma Joia do Infinito, um artefato deveras poderoso e cobiçado por uma criatura sedenta por matança e destruição: Ronan, o Acusador.


Ronan, tendo feito um acordo com seu pai, Thanos, precisa do orbe para que seu plano de dizimar civilizações seja concluído. A cabeça de Quill é posta a prêmio e logo ele passa a ser procurado por Gamora (Zoe Saldana), irmã de Ronan, e pelos caçadores de recompensa Rocket, um guaxinim falante (na voz original de Bradley Cooper), e Groot, uma árvore humanoide (na voz de Vin Diesel). 

Após alguns imprevistos, todos acabam indo presos. Na carceragem, conhecem o musculoso Drax e, mesmo com as personalidades distintas, eles percebem que podem unir forças para escapar e também que seus objetivos se cruzam; se quiserem continuar vivos e limpar sua honra, terão de impedir Ronan de alguma maneira.

 
Com direção de James Gunn, Guardiões da Galáxia é um surto de piadas e referências à cultura pop. Parte dessa comicidade deve-se ao talentoso elenco e à maquiagem extremamente colorida, mas a trilha sonora, composta por clássicas canções da década de 1970 e 1980, tem um papel fundamental na história (digna de concorrer ao Oscar); ela concede ao longa momentos de leveza e reflexão, os quais ajudam a delinear o caráter do grupo e o espaço onde interagem. 

Por se tratar de um filme de origem, o roteiro se preocupa mais em estabelecer a relação entre os personagens que compõem a equipe do que em apresentar vilões fortes e tenebrosos, algo que deve mudar na futura continuação. É preciso lembrar, porém, que Guardiões da Galáxia é apenas uma pequena peça do jogo e que seu enredo faz ligação com Os Vingadores 3, portanto, abre as portas para o caminho de Thanos. A Marvel não tem com o que se preocupar; tirou do seu baú um time de pouco prestígio, acertou na escolha, e o elevou a um patamar cósmico. Por enquanto, a galáxia pode dormir mais tranquila.


Trailer:

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