sexta-feira, 23 de maio de 2014

Godzilla


A natureza tem uma lei: o poder de restabelecer o equilíbrio”.

A versão de 1998 de Godzilla, primeira produzida nos Estados Unidos, trouxe algumas diferenças com relação ao pioneiro filme de 1954. No original, o ataque do monstro acontecia no ocidente, enquanto no remake ocorria na cidade de Nova York. Além disso, na versão americana, o gigante se reproduzia de maneira assexuada e seus filhotes, em vez de mutações, pareciam ter saído diretamente de alguma jaula do Jurassic Park. 

Apesar dessas divergências, ambos se assemelham por se tratarem de produções com teor catastrófico. E como a tendência é que a computação gráfica evolua cada vez mais, o remake de 2014 não poderia deixar a desejar e traz consigo balbúrdia e destruições em proporções colossais. 

Dessa forma, Godzilla chega não apenas para homenagear o clássico de 1954; é também um verdadeiro espetáculo visual, o que já fica evidente desde o prólogo. Em 1999, uma usina é destruída no Japão devido a um acidente repleto de mistério. Passado quinze anos, o cientista Joe Brody (Bryan Cranston) ainda tenta entender por qual razão a usina sucumbiu e, consequentemente, aceitar de uma vez por todas a morte de sua esposa.


Ford Brody (Aaron Taylor-Johnson), filho do cientista e protagonista da película, cresceu tendo que escutar as teorias paranoicas do pai e descobre, do pior modo possível, que elas estavam certas: criaturas que habitam as profundezas do oceano, que vivem na Terra desde o período jurássico, subiram à superfície para se alimentarem da radiação de tecnologias modernas. 

E é daí que vem o monstro que dá título ao filme. Godzilla é enorme (gordinho, por sinal) e sua presença se faz extremamente imponente quando ele libera o seu rugido, de uma ressonância tão titânica e assombrosa, que é capaz de eriçar todos os cabelos do corpo. Porém, talvez o mais interessante entre toda a estética espantosa do réptil seja o fato de vê-lo em uma posição heroica.


Esse é o primeiro longa de grande orçamento que o diretor Gareth Edwards comanda e já fica notável sua habilidade em não desperdiçar tempo com detalhes excessivos. Pois, mesmo sendo um filme-catástrofe, os efeitos especiais são usados sem a preocupação de encher os olhos do espectador exageradamente igual fizeram outros filmes do gênero, como 2012 e O Dia Depois de Amanhã

Mas, ainda assim, caiu nos mesmos clichês clássicos de tais produções. A mania de colocar o herói em diversos perigos e sempre fazê-lo escapar das situações mais inusitadas parece ser um elemento obrigatório a se incluir no pacote dessas narrativas. Embora, por incrível que pareça, há casos em que essa fórmula continua funcionando.


Considerado um dos filhos da Era Atômica, e uma das personificações das bombas lançadas na Segunda Guerra, citações a certos eventos históricos e armamentos bélicos não poderiam faltar neste Godzilla. Ele pode não ser rápido quanto os monstros de Círculo de Fogo ou tão brutal como os robôs de Transformers, mas a destruição que causa em suas batalhas é deveras semelhante. E, diferente da versão de 1998, parece que agora o gigante dos mares recebeu sua merecida homenagem e sua popularidade o fará sair das profundezas. Um viva ao Rei dos Monstros!

"A arrogância do homem o fez acreditar que tem a natureza sob controle... E não o contrário".

Trailer:


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