sexta-feira, 19 de abril de 2013

Zumbilândia


Ó, América! Eu gostaria de poder dizer que esta ainda é a América. Mas eu acabei percebendo que não se pode ter um país sem pessoas. E não tem pessoas aqui. Não, meus amigos. Estamos agora nos Estados Unidos da Zumbilândia”. 

O tema pós-apocalipse é uma fantasia que parece alimentar a imaginação das pessoas, como se o Apocalipse em si já não fosse assustador o suficiente. É possível perceber isso em diversos filmes e seriados, e o mais aclamado da atualidade é o premiado The Walking Dead, cujo conteúdo conquistou multidões de fanáticos por zumbis cobertos de sangue. 

Talvez seja, na menor das hipóteses, curioso saber como a humanidade lutaria para se manter viva em um mundo onde tudo está contra ela. Além de ser algo profundamente dramático, nos faz refletir a respeito da condição humana perante si mesma. Agora imagine ver este tema com este teor, acrescentando os zumbis, sendo narrado de maneira cômica e inocente, oscilando entre o humor sádico e inteligente.

 

Esses são os elementos que compõe Zumbilândia, uma comédia-zumbi que foi o filme de estreia do diretor Ruben Fleisher. A narração do enredo é desenvolvida por Columbus (Jesse Eisenberg), um jovem paranoico que sobrevive no mundo dos mortos-vivos seguindo uma tabela de regras criada por ele. Certo dia, ele cruza o caminho de Tallahassee (Woody Harrelson), um andarilho que preenche parte do seu tempo realizando seu hábito preferido: matar as criaturas sanguinárias da maneira mais brutal que puder.

Em um ambiente no qual eles julgavam que a melhor companhia era a solidão, eles acabam encontrando Little Rock (Abigail Breslin) e Whichita (Emma Stone) e descobrem como pode ser prazeroso estar perto de alguém. Cada um deles está indo para um lugar diferente, mas enquanto estão juntos fazem questão de aproveitar as pequenas coisas da vida, como na cena em que quebram uma loja inteira. 


Ruben Fleisher não fez feio em seu primeiro trabalho cinematográfico. Mesmo tratando-se de uma comédia, o diretor respeitou o tema zumbi e não hesitou em fazer o sangue jorrar pela tela. Os atores também fizeram um ótimo trabalho e um dos pontos altos do longa é o modo como os personagens matam as criaturas do mal. Isso sem contar a participação especial de Bill Murray, que é formidável. 

Sequências em câmera lenta são algo bastante presente no decorrer da exibição, porém utilizadas na medida correta e em momentos de impacto (destaque para o clímax que acontece no parque de diversão). Ao final, o quarteto acaba passando pelas mesmas reflexões que os heróis de qualquer história apocalíptica, em que não ficar sozinho é o caminho para poder apreciar as coisas boas que a vida ainda tem a oferecer no meio de tanta adversidade. E, certamente, matar zumbis não é uma delas. 

Aquela cara era eu percebendo que aquelas garotas espertas, aquele grande carro preto, e aquele cara com jaqueta de pele de cobra, eram o que eu tinha de mais próximo ao que sempre quis, mas nunca tive realmente. Uma família. Eu confiava neles e eles, em mim. Regra número 32: aprecie as pequenas coisas”.

Trailer:


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