Em um buraco no chão, havia um hobbit. É com este enunciado, escrito há mais de setenta anos e lembrado por mais de cinco décadas, que o leitor tem sua jornada iniciada por entre os vales, montanhas, castelos e ruínas que compõem a tão mítica Terra-Média. São as palavras mais uma vez mostrando seu potencial e elucidando que seus segredos estão mais soterrados que o tesouro de qualquer anão.
Talvez J.R.R. Tolkien jamais pudesse desconfiar que seus manuscritos perdurassem durante tanto tempo. É importante lembrar que o primeiro rascunho de O Hobbit é do final dos anos 30, um pouco antes de Tolkien dar início ao Senhor dos Anéis. A Trilogia do Anel, no entanto, ganhou seu destaque com os filmes lançados em 2001, 2002 e 2003, sob o comando de Peter Jackson, aguçando a imaginação e a paixão daqueles que ainda não conheciam as aventuras de Frodo e seus amigos.
Agora, quase dez anos depois do término de uma trilogia bastante premiada, chega aos cinemas a adaptação de O Hobbit, novamente supervisionada por Peter Jackson e iniciando o prefácio de uma nova série de três filmes. E se lá nós acompanhamos a caminhada de Frodo para destruir o Um Anel e salvar o mundo, aqui descobrimos como Bilbo tomou posse desse artefato tão cobiçado.
Nos primeiros minutos, já se tem algumas surpresas. O Condado, local onde os hobbits vivem, está da mesma forma que foi apresentado no início de A Sociedade do Anel; e, como se já não fosse saudosista o suficiente, Jackson cria uma atmosfera agradável que faz uma ponte entre esta trilogia e sua antecessora, algo que é perceptível durante quase toda projeção.
Sessenta anos antes dos eventos de O Senhor dos Anéis, o jovem Bilbo Bolseiro recebe a visita de Gandalf, o Cinzento, o qual o convida para participar de uma comitiva que segue rumo a uma grande empreitada. A aventura em questão é ajudar os anões a recuperarem seu antigo lar, Erebor; uma terra que foi tomada e devastada pelo terrível dragão Smaug.
Originalmente tendo sido escrito para crianças, O Hobbit ganhou tonalidades tão sombrias quanto às demonstradas na Trilogia do Anel. Isso prova que Jackson quis manter a homogeneidade estabelecida anteriormente, enraizando com mais afinco sua intenção de nos fazer enxergar o prelúdio de algo que já foi visto. Os 48 quadros por segundo passam quase que despercebidos, a não ser nas cenas de ação que, com o auxílio do 3D, ficam um pouco borradas devido à velocidade (Pode ser culpa do cinema também). De certa maneira, isso é comum, considerando que a película é a pioneira neste formato. Ainda há muita coisa para se explorar.
Personagens antigos retornam, como o Gollum, desta vez bem mais novo e realçado com a ajuda do avanço tecnológico e o 3D. E, com isso, também regressa a cansativa mania de Peter Jackson em realizar um filme com quase 3 horas de exibição. Felizmente para alguns, faz parte do fascínio que o cinema pode comprar; prende-nos de tal forma em um mundo fantástico e longínquo, que a questão do tempo e espaço torna-se irrelevante. Os hobbits voltaram com tudo e, mais do que nunca, estão prontos para lutar.
Trailer:
Tô ansiosa pra ver o filme. Mas nem quis ir ainda, pq os shoppings e cinemas desta cidade estão lotados nesses fins de semana antes do natal. Mas tenho ouvido tantos elogios ao filme, que fica difícil controlar a ansiedade.
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