terça-feira, 4 de setembro de 2012

O Homem Que Mudou O Jogo

 


Todos nós ouvimos em algum momento que não podemos mais jogar como crianças. Só não sabemos quando será. Alguns ouvem isso aos 18, outros aos 40. Mas todos ouvimos”. 

Eu nunca fui muito fã de esporte. E, depois de assistir ao Homem que Mudou O Jogo, ficou claro que os verdadeiros heróis não são aqueles que manipulam a bola, mas sim os que organizam os bastidores para a bola poder ser lançada. É muito fácil assistir a uma partida e criticar os jogadores e os técnicos ignorando o fato de que todos eles têm uma vida como a nossa, repleta de oscilações indesejadas. 

E também é de igual proporção ignorar o sacrifício que pessoas anônimas – os que nunca aparecem sob os holofotes e permanecem nas sombras – sem saber o quão árduo é administrar esse tipo de negócio somente para entreter os fanáticos. Para o telespectador, não há diferença para quem é demitido ou cai no ostracismo; o que importa é a diversão. É um jogo bem injusto. 

Baseado no livro de Michael Lewis, lançado em 2003, e também inspirado em uma história verídica, O Homem Que Mudou O Jogo nos revela os caminhos que não são mostrados na TV e isso faz dele um filme bastante peculiar no gênero esporte. Aqui conhecemos Billy Beane (Bratt Pitt), o gerente geral de um time de beisebol chamado Oakland A’s. Sua função é escolher possíveis jogadores em potencial para formar um time capaz de vencer a temporada.


Beane enxerga o beisebol de modo romântico, por isso está cansado de perder e acredita que para reinventar seu time e fazê-lo vencedor, é preciso ganhar mais apoio e verba. O problema é que, sendo funcionário de um time pobre e estando rodeado por conselheiros com teorias ultrapassadas, esse objetivo fica cada vez mais utópico diante das equipes mais ricas. 

É necessário inovar e adquirir um novo método. E ele o encontra ao contratar Peter Brand (Jonah Hill), jovem formado em Economia. Contrariando todas as pessoas e um sistema com regras preconcebidas, ambos acreditam que, se escolherem os jogadores menos valorizados do beisebol, podem criar um time ganhador tendo como base cálculos matemáticos.


Dirigido por Bennett Miller (de Capote) e com seis indicações ao Oscar (Incluindo de Melhor Ator e Melhor Ator Coadjuvante), o filme mostra o andamento real deste tipo de negócio. Cada jogador tem seu preço e é visto como objeto; se começa a dar defeito, é facilmente trocado. Essa mensagem é tão essencial de ser passada, que não há pretensão em perder um longo tempo de exibição com a exposição detalhada de uma partida. Afinal, isso todo mundo já conhece. 

Dito isso, talvez a hierarquia do esporte precise ser repensada. Portanto, se seu time vencer, a glória não deve ser colocada apenas no jogador e no técnico; alguém, que tem tanto amor quanto o telespectador, os colocou lá e também merece as congratulações. Caso contrário, diferentemente do exposto no filme, esse jogo incorreto nunca vai mudar. 

É impressionante como você sabe pouco sobre o jogo que você jogou a sua vida inteira”.



Trailer:

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