“Que comecem os Jogos Vorazes! E que a sorte esteja sempre a seu favor”.
Muitas pessoas afirmam que programas de TV, ao em vez de cumprir com a única função de entreter, causam efeitos sobre a sociedade que vão muito além de hábitos metódicos. Reinventar a realidade, maquiar os acontecimentos e recortar a verdade são ferramentas que a Mídia utiliza para manipular o povo. Para ela, o entretenimento é a menor das preocupações.
Temas similares a este podem ser vistos em V de Vingança e O Show de Truman, onde o público tem o aparelho televisivo como uma janela para observar o que acontece no mundo. Quando ouvi falar que Jogos Vorazes entraria no circuito cinematográfico com a promessa de ser “o novo Crepúsculo”, eu pensei: ‘Meu Deus, vão jogar mais fezes no ventilador’. Entretanto, ao assistir o filme, constatei não somente que minha visão estava equivocada, mas também que o longa é muito mais superior à saga vampiresca.
Ambientada no futuro, a trama acontece na nação de Panem, mais conhecida anteriormente como Estados Unidos. Panem é monopolizada por uma rica cidade, a Capital, a qual é rodeada por 12 Distritos inferiores e subordinados. A heroína da história, Katness Everdeen (Jennifer Lawrence), reside no décimo segundo Distrito com sua mãe e a irmã, Prim.
Anualmente, a Capital oferece aos Distritos a oportunidade de receber comida de qualidade durante um ano (daí o título do filme que, na tradução literal, seria Jogos da Fome). Apenas um vitorioso é aceito, então todos os Distritos precisam indicar casais de jovens, entre 12 e 18 anos, para competirem nos Jogos Vorazes. Vinte e quatro participantes, um sobrevivente.
Em meio ao sorteio dos integrantes do Distrito 12, Katness se oferece como Tributo para salvar a irmã. Em uma arena repleta de ciladas, ela e Peeta Mellark (Josh Hutcherson) tentam se ajudar, enquanto os outros competidores matam uns aos outros. Esse espetáculo doentio é transmitido para todo o país.
Baseado na obra de Suzanne Collins, Jogos Vorazes é primeiro livro de uma trilogia publicada no Brasil pela editora Rocco. O filme foi dirigido por Gary Ross e a própria autora participou da construção do roteiro. O interessante em Jogos Vorazes não é apenas observar o programa de TV manipular seus participantes, fazendo com que entrem em conflitos muitas vezes desnecessários. A mensagem é muito mais assustadora.
O filme faz uma crítica à nossa natureza sádica, ao fato de gostarmos de ver a desgraça alheia. Os produtores do programa, ao criarem determinadas situações, forçam os jovens tributos a realizarem feitos que o público aguarda ansiosamente. Por questões etárias, as mortes não são mostradas com detalhes, mas isso não interfere na seriedade que a história impõe. Os Jogos Vorazes começaram, e garanto que todos precisam se preparar. Que a sorte esteja a nosso favor.
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