domingo, 19 de setembro de 2010

As Chaves do Reino - Sr. Segunda-Feira




"E, no primeiro dia, havia mistério".


Venho percebendo a um bom tempo que o número de comentários de filmes é maior que o de livros. Isso é bom, mas preocupante. Não que eu não goste de filmes, eu os adoro, só que também sou amante das letras e por isso acho justo tentar balancear as coisas. E foi então que lembrei de um livro fantasioso que li ano passado, e que deveras me encantou.


O dito cujo chama-se "As Chaves do Reino - Sr. Segunda-Feira", do autor Garth Nix, primeiro volume de uma série de sete livros. Infelizmente, aqui no Brasil, a obra não esteve no topo da mídia, enquanto nos Estados Unidos não posso dizer o mesmo; todos os livros já foram lançados lá fora. Acho que fazer um comentário sobre ele é uma forma de divulgar o talento que Garth Nix tem para escrever ficções.


O livro nos apresenta Artur Penhaligon, garoto órfão que mora com uma família adotiva e sofre de terríveis crises de asma, além do fato de ser medroso. Sua mãe é médica, o pai é músico e é o mais novo de uma prole de cinco filhos. Não é exatamente o que podemos chamar de um herói clássico. Contudo, o garoto revela pouco a pouco que é capaz de desempenhar este papel.


Recém-chegado na nova cidade, Artur vai para o seu primeiro dia na escola. O que ele não esperava era ter que participar de uma corrida na aula de educação física, que resultou em mais uma crise asmática no seu frágil corpo. Enquanto espera por ajuda, o menino recebe a visita de dois homens, um chamado Espirrador e o outro Sr. Segunda-Feira. Eles lhe entregam uma chave no formato do ponteiro de um relógio e um livro. E é aí que tudo muda.


Artur passa a enxergar uma enorme casa em seu bairro, casa esta que nunca estivera ali antes. Para piorar, quando se recupera e retorna à escola, ele é atacado por um homem chamado Meio-Dia de Segunda-Feira. Mas isso não é nada. A coisa realmente piora quando uma praga assola todo o país e pessoas começam a morrer. Ninguém sabe qual é o antidoto para aquela nova doença. E Artur, sabendo que de alguma forma era tudo culpa sua, pega a chave e, graças às instruções do livro que recebera, entra na Casa na esperança de encontrar a cura e salvar todas as pessoas, incluindo sua família.


O que ele não sabia era que dentro da Casa existia um mundo totalmente diferente do seu, e que ali havia pessoas à sua espera. Com a ajuda de Suzy Azul-Turquesa, uma garota que morava na Terra e que foi levada para lá pelo Tocador de Gaita, ele conhece Will, o Testamento. Esse ser explica a Artur que ele é o Herdeiro da Chave do Reino, e está ali para libertar todas as pessoas da Casa Inferior das mãos do Curador, Sr. Segunda-Feira. Agora, para poder salvar seu mundo, ele precisará compreender este novo.


Só que a imaginação que Garth Nix não termina aqui. A parte complicada da história começa agora e eu vou tentar explicar da melhor maneira possível. A Casa é um mundo paralelo que possui sete reinos, cada reino governado por um Dia diferente. A Casa Inferior, reino onde Artur entra, é governada pelo Sr. Segunda-Feira. As Regiões Afastadas, por exemplo, é governada pelo Horrível Terça-Feira e o Mar Fronteiriço, pela Quarta-Feira Submersa. E por aí vai. Tudo bem até aqui? Muito bem, continuemos.


A Casa foi criada por uma entidade chamada de Arquiteta. Ela fez a Casa a partir do Nada, um material que nas mãos certas pode criar tudo. Acontece que em um belo dia, inexplicavelmente, a Arquiteta desaparece e deixa para trás o Testamento. Os Dias dividem o Testamento em partes iguais, sete fragmentos. Will é apenas o primeiro pedaço do Testamento e explica a Artur que ele é o Herdeiro que a Profecia menciona, tendo agora como missão a restauração da paz dentro da Casa e a recuperação de cada parte do Testamento.


Artur, em posse da Chave, assumi a responsabilidade de enfrentar o Sr. Segunda-Feira e cada um dos Dias Seguintes, embora muitas vezes de um jeito relutante. E esse é apenas o primeiro livro. Mesmo sendo uma obra de fantasia, não custa nada dar uma conferida nesta série que instiga nossa imaginação. Porque, de alguma maneira, existe um Artur Penhaligon dentro de cada um de nós.

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