“Macacos
lutam apenas para sobreviver”.
É admirável que hoje em dia algumas franquias ainda pensem no
formato de trilogia como um bom suporte para desenvolver suas histórias.
Enredos com princípio, meio e fim, que encerram um ciclo sem necessariamente
deixar explícito que há mais por vir. Não é o caso de muitos dos filmes que se
vê na atualidade, que buscam cada vez mais lucro nas continuações, mas Planeta dos Macacos não é uma obra
qualquer.
A franquia foi reiniciada em 2011 e já era possível observar,
apesar de ser apenas um filme de origem, todo o potencial que a história
possuía. No primeiro contato que o público teve com César (Andy Serkis) foi visto que o macaco queria somente liberdade, longe
da tirania dos humanos. No segundo filme, é visto um César líder, que conseguiu
construir uma sociedade de primatas e sofre com a sórdida traição de Koba. Planeta dos Macacos: A Guerra surge para
encerrar um ciclo e curiosamente não faz uma ponte com o filme original de
1968.
Depois de toda a confusão que Koba causou em O Confronto, um exército, comandado pelo
Coronel interpretado por Woody Harrelson,
iniciou uma caçada aos símios. César montou uma resistência na floresta a fim
de se esconder dos humanos, porém nada dura para sempre e a cena de abertura,
que por sinal é maravilhosa, já deixa isso claro. A partir daí o espectador
acompanha a surpreendente transformação de César em sua busca por vingança, e é
essa construção que movimenta a trama.
Planeta dos Macacos: A
Guerra é emocionante
e fenomenal em vários sentidos. Matt
Reeves, também diretor do anterior, dirige com autonomia e prazer, e sua
competência é bastante notável nas cenas sentimentais e também nas batalhas (a
câmera se movimenta com delicadeza em meio ao caos). A trilha sonora de Michael Giacchino é lânguida e
grandiosa nos momentos necessários, transparecendo o clima épico e conclusivo
que o filme carrega em seu cerne.
Embora tenha o nome “guerra” no título, Matt Reeves foi
ousado ao investir em outros aspectos, pois o foco central é bem diferente do
que se espera ver em um filme de ação. A emoção é o alicerce do primoroso
roteiro e ela se divide em subtramas que não prejudicam a narrativa, e sim
ajudam o público a se envolver mais profundamente com os personagens. É o caso
de Macaco Mau e Nova, sendo o primeiro usado como alívio cômico em uma medida
ponderada. O enredo também tem suporte nos relacionamentos e existe uma cena
tocante em que os macacos demonstram sua lealdade para com César,
transformando-o em uma figura quase bíblica.
Diante de tantos elogios, não há como esquecer a computação
gráfica. A franquia se superou de tal forma que em determinadas cenas parece que
a produção usou macacos de verdade. No entanto, a atuação de Andy Serkis merece
um destaque singular; ele conseguiu exprimir todo o drama que César vivenciou
ao longo do filme e isso tudo não mais por captura de movimento, mas agora com
a captura da performance completa do ator. O que está faltando para ele ser
indicado ao Oscar?
Com Planeta dos
Macacos: A Guerra, a franquia dos símios é forte candidata a entrar para o
tão desejado olimpo das trilogias memoráveis e monumentais, assim como foi com O Poderoso Chefão, De Volta Para o Futuro, O
Senhor dos Anéis e Batman – O
Cavaleiro das Trevas. A jornada de César foi linda e magnífica, e
certamente é digna de merecer tal classificação. E assim como o original de 68,
é uma obra para ficar marcada na história.
Trailer:
Bom texto! Eu amei Woody Harrelson em "Planeta dos Macacos: A Guerra" É um ator lindo, carismático e talentoso. The Edge of Seventeen é um dos seus filmes mais recentes. Adoro esse tipo de histórias para adolescentes, tem uma mensagem para qualquer idade! Realmente a recomendo!
ResponderExcluir