“Rebeliões são construídas na esperança”.
Quando os créditos iniciais de Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança aparecem na tela, o
espectador tem a informação de que um grupo de rebeldes roubou os planos da
Estrela da Morte – a arma destruidora de planetas do Império – e os enviou para
a Princesa Leia (Carrie Fisher), uma das principais integrantes da Aliança
Rebelde.
A informação, apesar de singela, serviu de escopo para a
construção do enredo do primeiro spin-off da franquia Star Wars. Rogue One: Uma História Star Wars se
situa alguns anos depois de Anakin Skywalker se tornar Darth Vader e dos Jedi
terem sido caçados. Portanto, a época perfeita para o Império mostrar a toda
galáxia o alcance do seu poder bélico.
Jyn Erso (Felicity Jones) desde cedo conheceu a crueldade dos
asseclas do Imperador. Ainda criança viu seu pai, Galen Erso, ser levado pelo Diretor
Krennic para a conclusão da Estrela da Morte e foi criada por Saw Guerrera
(Forest Whitaker), antigo herói das Guerras Clônicas. Anos se passam e a Aliança Rebelde entra em
contato com a jovem a fim de descobrir o paradeiro de seu pai e obter dados a
respeito da misteriosa nova arma do Império.
Ao lado de Cassian (Diego
Luna) e o dróide K-2SO, Jyn adentra em uma jornada investigativa repleta de
fan service e easter eggs para os fãs mais saudosistas. O diretor Gareth Edwards (responsável pelo mais
recente Godzilla) teve a intenção de
fazer o filme mais diferente de toda a franquia, atribuindo a Star Wars um teor dramático de guerra. E
ele conseguiu atingir o objetivo, conduzindo as cenas de conflito com maestria
(O terceiro ato, tanto na batalha terrena quanto na espacial, é épico e lindo).
Edwards soube equilibrar muito bem a composição visual da
obra, seja nas cenas envolvendo proporções (a nave imperial sobrevoando Jedha,
por exemplo), quanto no ponto de vista de quem é o alvo da Estrela da Morte. Nessa
perspectiva, a trilha sonora e os efeitos visuais contribuíram para a imersão e
é possível acompanhar com mais veracidade a aflição que os personagens sentem.
A falha de Rogue One
talvez seja não ter aprofundado os personagens principais, cujas interações
demonstram um aspecto cativante, mas não sai da superficialidade. K-2SO, e todo
seu humor sarcástico, e Chirrut Imwe,
que acredita na Força como um poder espiritual, são os únicos que escapam um
pouco disso. Contudo, é impossível não citar Darth Vader; com somente duas pequenas participações, o lendário
Lorde Sith relembra ao público o que é capaz de fazer. É de tirar o fôlego.
Rogue One: Uma História
Star Wars faz uma
ponte perfeita com Uma Nova Esperança
e esclarece indagações que os fãs tiveram durante quase quatro décadas. Os
cinco minutos finais são sublimes, revelando o potencial que a Disney tem a
oferecer para Star Wars agora que George Lucas somente assiste na arquibancada.
É uma árvore ancestral mostrando que ainda pode aprofundar suas raízes, atingir
mais pessoas e, sobretudo, provando que novos frutos podem ser tão bons quanto
os antigos.
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