quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Esquadrão Suicida


Eu não vou matar você. Só vou lhe deixar muito, muito machucada”.

A construção de uma franquia, ou de um universo cinematográfico, não é algo que se faz da noite para o dia. É preciso tempo para planejar e organizar os mínimos detalhes. Neste quesito, a Marvel tem motivo para se vangloriar; seu universo já está na terceira fase, com planos de continuar até depois de 2020. O mesmo não pode ser dito da DC, a qual tem um mundo recém-estabelecido e que, infelizmente, ainda tem muito que aprender.

Batman vs. Superman: A Origem da Justiça recebeu um amontoado de críticas negativas por ser um filme muito sério, longo, por possuir vários personagens no enredo, e fatos que não são explicados adequadamente. A versão estendida, para felicidade geral, corrige as falhas apresentadas. Era de se esperar que a DC acertasse o tom com Esquadrão Suicida, película que dá continuidade a esse novo universo, mas a sensação confusa permanece a mesma.


Seguindo a cronologia de A Origem da Justiça, Superman está morto e o governo precisa desenvolver uma força tarefa que seja capaz de defender as maiores autoridades do país no caso de surgir uma entidade tão poderosa quanto o Homem de Aço. Amanda Waller (Viola Daves) convence os governantes a porem em prática uma ação que una os piores criminosos para que possam combater as futuras ameaças. 


Os selecionados para compor o time são Pistoleiro (Will Smith), Arlequina (Margot Robbie, um dos pontos altos do filme), Bumerangue, Crocodilo e Diablo. A equipe está sob a supervisão de Rick Flag e Katana, formando então o esquadrão. Se falharem, serão mortos; se tiverem êxito, a pena de cada um será reduzida.


A DC tentou seguir a moda dos filmes leves, prometendo, pelo que era perceptível nos trailers, um enredo irreverente, recheado de piadas, um design gráfico exagerado e uma trilha sonora pop. Esse contraste deve-se à negatividade que caiu sobre Batman vs. Superman e também pelo sucesso de longas como Deadpool e Guardiões da Galáxia. Esses são os pontos positivos de Esquadrão Suicida


Agora vamos para o que o filme errou, o que não é pouca coisa. Assim como ocorreu com Zack Snyder, David Ayer teve a infelicidade de ver seu projeto picotado pela edição. Ordens da produção da Warner, é claro, e tal norma enfraqueceu o roteiro e, consequentemente, todo o potencial que Esquadrão Suicida tinha a conceder. O exemplo disso está no Coringa de Jared Leto; não se pode dar uma opinião conclusiva a respeito da construção que ele deu ao Palhaço do Crime, uma vez que a maioria das cenas em que o personagem aparecia foram excluídas. O próprio ator se revelou insatisfeito e frustrado com os cortes.


A edição prejudica também o andamento da trama, incluindo algumas faixas da trilha sonora. O filme vai bem até a metade, porém tropeça quando entrega a ação, danifica o clímax com uma morte desnecessária e falha drasticamente no desenvolvimento dos personagens – ao ponto de um deles declarar que são uma família, embora a exibição não mostre embasamento algum para tal assertiva. David Ayer, além de dirigir, foi o responsável pelo roteiro. E talvez a culpa seja dele por ter inserido uma vilã tão superficial quanto Magia, que mesmo possuindo poderes sobrenaturais precisa construir uma máquina para destruir a humanidade. Simplesmente não faz sentido. 


Esquadrão Suicida é o típico filme que deveria ter uma classificação etária alta, tendo em vista os personagens insanos que contém. Todavia, o enredo tenta humanizar os vilões de uma maneira que apenas funciona com o Pistoleiro e Diablo; e, de modo inacreditável, essa humanização sobra até para o Coringa, que em vez de ser uma ameaça se mostrou um simples gângster apaixonado por sua amante.


No entanto, da mesma forma que em Batman vs. Superman, Esquadrão Suicida se esforça em fundamentar um universo, trazendo participações de outros heróis da DC e fazendo menções para o que está por vir (cena durante os créditos). A Warner ainda tem tempo de corrigir a algazarra que causou, e os fãs esperam que esse conserto traga mais oportunidades para Jared Leto, Viola Davis e Magot Robbie. O caminho para o triunfo é marcado por erros, e um dia todos ficarão felizes por finalmente reconhecerem que a DC encontrou o rumo certo. 

Trailer:

Um comentário:

  1. Adorei ver Margot Robbie, na minha opinião, este foi um dos melhores filmes de ação que foi lançado. O ritmo de Esquadrão Suicida é bom e consegue nos prender desde o princípio Não tem dúvida de que Will Smith foi perfeito para o papel de protagonista.

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