“Eu não vou
matar você. Só vou lhe deixar muito, muito machucada”.
A construção de uma franquia, ou de um universo
cinematográfico, não é algo que se faz da noite para o dia. É preciso tempo
para planejar e organizar os mínimos detalhes. Neste quesito, a Marvel tem
motivo para se vangloriar; seu universo já está na terceira fase, com planos de
continuar até depois de 2020. O mesmo não pode ser dito da DC, a qual tem um
mundo recém-estabelecido e que, infelizmente, ainda tem muito que aprender.
Batman vs. Superman: A
Origem da Justiça
recebeu um amontoado de críticas negativas por ser um filme muito sério, longo,
por possuir vários personagens no enredo, e fatos que não são explicados
adequadamente. A versão estendida, para felicidade geral, corrige as falhas
apresentadas. Era de se esperar que a DC acertasse o tom com Esquadrão Suicida, película que dá
continuidade a esse novo universo, mas a sensação confusa permanece a mesma.
Seguindo a cronologia de A
Origem da Justiça, Superman está morto e o governo precisa desenvolver uma
força tarefa que seja capaz de defender as maiores autoridades do país no caso
de surgir uma entidade tão poderosa quanto o Homem de Aço. Amanda Waller (Viola Daves) convence os governantes a
porem em prática uma ação que una os piores criminosos para que possam combater
as futuras ameaças.
Os selecionados para compor o time são Pistoleiro (Will Smith), Arlequina (Margot Robbie, um dos pontos altos do
filme), Bumerangue, Crocodilo e Diablo. A equipe está sob a supervisão de Rick
Flag e Katana, formando então o esquadrão. Se falharem, serão mortos; se
tiverem êxito, a pena de cada um será reduzida.
A DC tentou seguir a moda dos filmes leves, prometendo, pelo
que era perceptível nos trailers, um enredo irreverente, recheado de piadas, um
design gráfico exagerado e uma trilha sonora pop. Esse contraste deve-se à
negatividade que caiu sobre Batman vs.
Superman e também pelo sucesso de longas como Deadpool e Guardiões da
Galáxia. Esses são os pontos positivos de Esquadrão Suicida.
Agora vamos para o que o filme errou, o que não é pouca
coisa. Assim como ocorreu com Zack
Snyder, David Ayer teve a
infelicidade de ver seu projeto picotado pela edição. Ordens da produção da
Warner, é claro, e tal norma enfraqueceu o roteiro e, consequentemente, todo o
potencial que Esquadrão Suicida tinha
a conceder. O exemplo disso está no Coringa de Jared Leto; não se pode dar uma opinião conclusiva a respeito da
construção que ele deu ao Palhaço do Crime, uma vez que a maioria das cenas em
que o personagem aparecia foram excluídas. O próprio ator se revelou
insatisfeito e frustrado com os cortes.
A edição prejudica também o andamento da trama, incluindo
algumas faixas da trilha sonora. O filme vai bem até a metade, porém tropeça
quando entrega a ação, danifica o clímax com uma morte desnecessária e falha
drasticamente no desenvolvimento dos personagens –
ao ponto de um deles declarar
que são uma família, embora a exibição não mostre embasamento algum para tal
assertiva. David Ayer, além de dirigir, foi o responsável pelo roteiro. E
talvez a culpa seja dele por ter inserido uma vilã tão superficial quanto Magia, que mesmo possuindo poderes
sobrenaturais precisa construir uma máquina para destruir a humanidade.
Simplesmente não faz sentido.
Esquadrão Suicida é o típico filme que deveria ter uma
classificação etária alta, tendo em vista os personagens insanos que contém.
Todavia, o enredo tenta humanizar os vilões de uma maneira que apenas funciona
com o Pistoleiro e Diablo; e, de modo inacreditável, essa humanização sobra até
para o Coringa, que em vez de ser uma ameaça se mostrou um simples gângster
apaixonado por sua amante.
No entanto, da mesma forma que em Batman vs. Superman, Esquadrão
Suicida se esforça em fundamentar um universo, trazendo participações de
outros heróis da DC e fazendo menções para o que está por vir (cena durante os
créditos). A Warner ainda tem tempo de corrigir a algazarra que causou, e os
fãs esperam que esse conserto traga mais oportunidades para Jared Leto, Viola
Davis e Magot Robbie. O caminho para o triunfo é marcado por erros, e um dia
todos ficarão felizes por finalmente reconhecerem que a DC encontrou o rumo
certo.
Trailer:
Adorei ver Margot Robbie, na minha opinião, este foi um dos melhores filmes de ação que foi lançado. O ritmo de Esquadrão Suicida é bom e consegue nos prender desde o princípio Não tem dúvida de que Will Smith foi perfeito para o papel de protagonista.
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