sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Quarteto Fantástico


O fim do seu mundo será o início do meu”.

Após a trilogia O Cavaleiro das Trevas de Christopher Nolan, o gênero super-herói no cinema sentiu a necessidade de ganhar um teor mais sério, realista, com questões sociais e morais. A fórmula funcionou com o Homem-Morcego, mas não significa que será exata o tempo todo; infelizmente, não adianta consolidar um determinado aspecto em uma franquia se não houver liberdade para criação ou uma mão boa que conduza a obra. 

Este é o caso do novo Quarteto Fantástico, dirigido por Josh Trank. O reboot demorou a acontecer, uma vez que o último filme foi lançado há oito anos e, para não perder os direitos sobre a equipe, a Fox se apressou a iniciar o projeto. Isso talvez explique o lamentável resultado final.


A trama gira em torno de Reed Richards (Miles Teller), rapaz que desde criança demonstrou um elevado nível de genialidade e desenvolveu, com a ajuda do amigo Ben Grimm (Jamie Bell), a viagem interdimensional. A invenção chama a atenção do Professor Franklin Storm e de sua filha, Sue Storm (Kate Mara), que o convidam a estudar na Fundação Baxter. 


Lá, Reed conhece Victor Von Doom (Toby Kebbell), o primeiro cientista a pensar em criar a viagem interdimensional. Com o auxílio do rebelde Johnny Storm (Michael B. Jordan), que é capaz de construir qualquer coisa, eles criam o Portal Quântico que os levará ao Planeta Zero. O experimento não dá certo e todos voltam com sequelas.


Não há muito que dizer deste Quarteto Fantástico. Josh Trank, que dirigiu o ótimo Poder Sem Limites, foi vítima de mais um caso de “castração do estúdio”; recentemente, em uma rede social, ele afirmou que a edição final cortou boa parte do filme que ele idealizou e que a maioria dos fãs teria adorado a versão original. Essa afirmação coincide com os boatos de que o longa passou por refilmagens. 


Pelo menos, após a projeção, o espectador tem uma base da perspectiva que Josh queria introduzir na equipe. Do início até a metade muito é falado a respeito de teorias científicas e física quântica, relevando que o propósito do enredo era exibir uma boa ficção científica. As falhas surgem do meio para o final, como se fosse outro filme manuseado por alguém inexperiente, prejudicando consideravelmente o escopo da obra.


A edição (ou, devo dizer, os produtores?) picotou o filme de tal forma, que basta somente assistir aos trailers para se ter uma noção do material retirado. O clímax é pífio, as motivações que regem Dr. Destino são, no mínimo, superficiais e deploráveis, e a cena final é lastimável. A Fox, em um ato desesperado de deixar o longa mais heroico, não percebeu que tinha a faca e o queijo na mão e acabou criando um corte profundo no próprio orçamento. É uma pena que uma visão tão interessante, um elenco maravilhoso e personagens icônicos tenham sido tolhidos desse modo. Mais uma vez fica difícil traçar um futuro para este infeliz e calejado quarteto.   


Trailer:

Um comentário:

  1. Rapaz... O que já li sobre esse filme... 90% foi dito que era para ter sido melhor!

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