“O fim do seu mundo será o início do meu”.
Após a trilogia O
Cavaleiro das Trevas de Christopher
Nolan, o gênero super-herói no cinema sentiu a necessidade de ganhar um
teor mais sério, realista, com questões sociais e morais. A fórmula funcionou
com o Homem-Morcego, mas não significa que será exata o tempo todo;
infelizmente, não adianta consolidar um determinado aspecto em uma franquia se
não houver liberdade para criação ou uma mão boa que conduza a obra.
Este é o caso do novo Quarteto
Fantástico, dirigido por Josh Trank.
O reboot demorou a acontecer, uma vez
que o último filme foi lançado há oito anos e, para não perder os direitos
sobre a equipe, a Fox se apressou a iniciar o projeto. Isso talvez explique o
lamentável resultado final.
A trama gira em torno de Reed Richards (Miles Teller), rapaz que desde criança demonstrou um elevado nível
de genialidade e desenvolveu, com a ajuda do amigo Ben Grimm (Jamie Bell), a viagem interdimensional.
A invenção chama a atenção do Professor Franklin Storm e de sua filha, Sue
Storm (Kate Mara), que o convidam a
estudar na Fundação Baxter.
Lá, Reed conhece Victor Von Doom (Toby Kebbell), o primeiro cientista a pensar em criar a viagem
interdimensional. Com o auxílio do rebelde Johnny Storm (Michael B. Jordan), que é capaz de construir qualquer coisa, eles
criam o Portal Quântico que os levará ao Planeta Zero. O experimento não dá
certo e todos voltam com sequelas.
Não há muito que dizer deste Quarteto Fantástico. Josh Trank, que dirigiu o ótimo Poder Sem Limites, foi vítima de mais um
caso de “castração do estúdio”; recentemente, em uma rede social, ele afirmou
que a edição final cortou boa parte do filme que ele idealizou e que a maioria
dos fãs teria adorado a versão original. Essa afirmação coincide com os boatos
de que o longa passou por refilmagens.
Pelo menos, após a projeção, o espectador tem uma base da perspectiva
que Josh queria introduzir na equipe. Do início até a metade muito é falado a
respeito de teorias científicas e física quântica, relevando que o propósito do
enredo era exibir uma boa ficção científica. As falhas surgem do meio para o
final, como se fosse outro filme manuseado por alguém inexperiente,
prejudicando consideravelmente o escopo da obra.
A edição (ou, devo dizer, os produtores?) picotou o filme de
tal forma, que basta somente assistir aos trailers para se ter uma noção do
material retirado. O clímax é pífio, as motivações que regem Dr. Destino são,
no mínimo, superficiais e deploráveis, e a cena final é lastimável. A Fox, em
um ato desesperado de deixar o longa mais heroico, não percebeu que tinha a
faca e o queijo na mão e acabou criando um corte profundo no próprio orçamento.
É uma pena que uma visão tão interessante, um elenco maravilhoso e personagens
icônicos tenham sido tolhidos desse modo. Mais uma vez fica difícil traçar um
futuro para este infeliz e calejado quarteto.
Trailer:
Rapaz... O que já li sobre esse filme... 90% foi dito que era para ter sido melhor!
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