“O quê? Está brincando? Domingos? Eu amo domingos. Vivo por domingos. A família toda junta. Mãe faz Braciole. Pai veste camisola. Nós assistimos o jogo. Sim, isso me deixa louco, e sim, eu era negativo”.
Uma vez Jesus Cristo ensinou a um grupo de judeus que ao conhecerem a verdade, ela os libertaria. E isso, como já é de se esperar da Palavra bíblica, pode ser aplicado nos dias de hoje em diversos seguimentos da sociedade. Ainda que a realidade muitas vezes seja fria e cruel, ela sempre será a melhor alternativa entre acreditar em uma mentira ou se esconder da verdadeira natureza dos fatos.
Em O Lado Bom da Vida, vemos isso sob a perspectiva de uma pessoa doente. Pat Solitano (Bradley Cooper) é um cara que perdeu tudo que uma pessoa normal almeja: a casa, o emprego e o casamento. Após ser autor de um incidente quase mortal, descobrir que sofre de bipolaridade e passar uma longa temporada em um hospital psiquiátrico, ele retorna ao mundo sob os cuidados da família.
O problema é que Pat cria a ilusão de que sua ex-mulher ainda o ama e por isso tem planos para tentar resgatar seu relacionamento com ela, mesmo que todos ao seu redor queiram evitar esse grande erro. Ele precisa construir uma estratégia para que sua vida volte ao eixo correto, e nesta jornada conhece Tiffany (Jennifer Lawrence), uma mórbida garota que busca respostas tanto quanto ele.
Ambos ficam amigos, compartilham suas dores e descobrem que podem se ajudar. De forma natural, a liberdade que os dois procuravam começa a brotar, talvez não da maneira que esperavam, e as ótimas atuações da dupla de protagonistas faz o espectador seguir junto nesta tocante aventura.
Dirigido por David O. Russel (de O Vencedor) e baseado no romance de Matthew Quick, o filme recebeu as principais indicações ao Oscar (melhores atores, principais e coadjuvantes, assim como Melhor Filme) e, além do elenco talentoso, a trilha sonora se encaixa perfeitamente ao ritmo do filme, em nuances simplórias e serenas.
Por mais que o longa aborde temáticas sérias, como oscilações de humor, morte e dificuldade em encontrar o caminho da superação, o drama é equilibrado com um humor negro que não se torna desagradável. O Lado Bom da Vida é mais um exemplo de que a verdade, em qualquer situação, é realmente libertadora. E ainda que os protagonistas tenham demorado a perceber isso, o que basta é apenas prestar atenção nos sinais.
“O mundo vai quebrar seu coração 10 vezes até domingo, está garantido. E eu não posso explicar isso... ou a loucura dentro de mim ou de todo o mundo, mas, adivinhem? Domingo é meu dia favorito de novo. Eu vejo tudo o que todos fizeram por mim e me sinto... um cara muito sortudo”.
Trailer:
Nenhum comentário:
Postar um comentário