sexta-feira, 29 de junho de 2012

Coração Valente

 


A história é escrita por aqueles que enforcam os heróis”.

A nobreza sempre foi uma característica padrão dos heróis. E falo no sentido pessoal, não no financeiro. Convenhamos, títulos de nobreza, prestígio e riqueza de nada valem sem a coragem de lutar por uma causa altruísta, que parta de um indivíduo e beneficie a todos no final.

Esse pensamento pode ser considerado utópico, mas há muitos exemplos neste estilo que compõem e fazem parte da trajetória da história da humanidade. Em Coração Valente, conhecemos um pouco da vida de William Wallace, um guerreiro e patriota escocês, o qual liderou a rebelião do seu país contra a opressão da Inglaterra.

Em meados do século XIII, a Escócia sofria sérias represálias dos ingleses sob as ordens do inescrupuloso e hostil rei da Inglaterra, Eduardo I. Para que os escoceses aderissem às suas vontades, o rei decreta o direito da prima nocte. Isso significaria que qualquer plebeia que se casasse em solo escocês teria que passar a noite de núpcias com algum inglês da corte.

 

Willian Wallace (Mel Gibson, também diretor do filme), homem culto em línguas e sábio na arte da guerra, para não deixar-se submeter a esta lei absurda, resolve casar-se em segredo. O erro dos ingleses reside no fato de que, ao matarem a esposa de Wallace, eles não faziam ideia de que haviam cutucado a onça com vara curta e que esse seria o estopim para o início da carnificina.

Willian, com a ajuda dos compatriotas escoceses vítimas de roubo e exploração, passa a combater toda a injustiça que domina seu país. A cada exército ceifado pela sua espada, mais pânico se instaura entre os ingleses e o espírito da esperança ocupa o povo da Escócia, fazendo-os acreditar que a liberdade enfim pode ser alcançada. O senso nacionalista cresceu ao ponto de Wallace ficar famoso inclusive entre realeza.

 


O filme, que estreou em 1995, rendeu a Mel Gibson os Oscar de Melhor Direção e Melhor Filme, além de mais três estatuetas e diversos outros prêmios. Ainda que o longa apresente uma versão mais poética e romantizada de Willian Wallace e acrescente eventos que não condizem com a cronologia real dos acontecimentos, foi muito bem recebido pelo público e pela crítica. 

Coração Valente é um clássico recheado de cenas e atuações memoráveis, adornados por uma trilha sonora bonita e triste. Mesmo que aborde temas atuais como traição, suborno e jogos de poder, o enredo nos mostra que uma pessoa pode se ver livre dessas tentações deploráveis e caminhar por uma rota justa e virtuosa. Willian Wallace é o exemplo de que não é preciso patente de nobreza para adquirir coragem; basta bravura para nunca abrir mão de seus sonhos. É isso que faz um homem se tornar herói. 

 “Todo homem morre, mas nem todo homem vive”.


Trailer (SEM LEGENDA):

sexta-feira, 22 de junho de 2012

A Fabulosa Arte de Não Dizer Nada



Eis mais um resultado da Oficina de Crônicas que participei no mês passado. Novamente, peço desculpas para quem não conseguir captar o humor e a ironia. Boa leitura. 

 
Muitas pessoas já vieram até mim dizendo que sou bastante criativo quando exerço o meu dever de escritor. Todos, inclusive os leigos, sabem que o exercício da escrita é uma prática difícil de manter. Alimentar a ideia e redigi-la, respeitando os aspectos sintáticos, semânticos e pragmáticos, é uma coisa que somente os loucos se atrevem a desafiar. E, por ser um louco assumido, acrescento mais uma característica ao ato da escrita: escrever é como ficar ajoelhado em caroços de feijão. Experimente passar no mínimo meia hora, e verá como dói...

O interessante, porém, é que as pessoas não sabem da missa a metade. Tudo bem redigir textos de gêneros e temas diversos, pois o bom da escrita é justamente essa liberdade de falar sobre o que quiser. Tendo, portanto, transitado por variados assuntos, surgi-me a vontade voraz de não falar sobre coisa alguma. Isso mesmo. Vamos conversar a respeito de absolutamente nada.

Alguns colegas já disseram que o chocolate ajuda na inspiração. No meu caso, tive que recorrer ao velho miojo, o qual, por sinal, não está simpatizando muito com o meu estômago... Talvez seja melhor assim; quanto maior for a dor de barriga, mais criatividade eu terei para não ter assunto. É uma abordagem bastante rica, se pararmos para pensar. Acredito, inclusive, que o Governo deveria disponibilizar horas grátis para abusarmos do nosso direito de não ter o que falar.

Sendo assim, a sociedade avançaria nas mais distintas áreas. A educação, por exemplo, finalmente atingiria um patamar respeitável com um método inovador criado pelos professores. Batizariam de “A Fabulosa Arte de Não Dizer Nada”. As aulas seriam ministradas por meio de mímicas, estimulando a cognição dos alunos no momento em que tentam descobrir qual matéria está sendo transmitida. E, com a humanidade aderindo a esse novo estilo de vida, em um futuro muito distante, todos teriam o dom da telepatia. Se bem que ler mentes tem lá suas desvantagens.

Os relacionamentos, pelo menos, ficariam cada vez mais complicados de se concretizarem.

 - Nossa! Essa garota é uma gata! Eu até poderia xavecá-la, se não fosse sua tara sexual por manequins de shopping...

Os jornais seriam constituídos exclusivamente por imagens. Imagens da desgraça alheia, de preferência. O cinema voltaria a ser mudo, como na época de Chaplin. As músicas seriam apenas instrumentalizadas. E os espetáculos teatrais seriam compostos somente por gestos e expressões faciais. Quem precisa das palavras, quando sorrisos e lágrimas já dizem tudo? É provável que o silêncio seja a resposta para muitas perguntas. Quiçá pudesse curar as guerras, o desequilíbrio econômico, a desigualdade social...

É realmente incrível observar o poder da escrita. Mesmo dissertando a respeito de nada, falando sobre um conteúdo de uma incoerência colossal, encontrei um assunto na tentativa de não ter assunto. De um pensamento doentio como o meu, não era de se esperar menos.

E, sendo a loucura o fio condutor da minha escrita, findo com algo sem pé nem cabeça:

Abençoados sejam os miojos do mundo.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Dia Branco




O Dia dos Namorados passou. No entanto, isso não impede os apaixonados de já irem pensando nas maneiras de presentear seus parceiros no ano que vem. Crio esta postagem, portanto, para facilitar a vida daqueles que sempre ficam confusos no momento de escolher o presente mais adequado. 

Poesias românticas faziam sucesso antigamente. Voltemos ao romantismo, então. Sou um letrado, sendo assim minha sugestão é partir para os gêneros textuais que utilizam o amor como tema primordial e indispensável. Poderia citar vários exemplos, mas como ainda não sou pago para isso, prefiro exibir apenas um. 

O videoclipe de hoje traz a canção Dia Branco, da autoria de Geraldo Azevedo e cantada aqui por uma banda intitulada "The Sconhecidos". As imagens do vídeo são do filme nacional "A Máquina - O Amor é o Combustível", em que um jovem nordestino constrói uma máquina e viaja no tempo por amor. A letra mostra uma situação similar; uma pessoa fazendo promessas de amor na esperança de encontrar um local onde este sentimento possa ser maior do que qualquer outra coisa. Somente escutando é que se consegue sentir a suavidade e a paixão. 

É isso. Quando o Dia dos Namorados do ano que vem chegar e por acaso você não tiver ao que recorrer, espero que tenha lido esta postagem e lembre-se da sugestão. Pode parecer patética e simplória para alguns e caso o alvo não se emocione, dê-lhe um martelo de presente extra; vai servir para quebrar seu coração de pedra. Pelo menos alguma consequência emocional isso trará, caracterizando o que chamam por aí de romance moderno. 

Contudo, independente do resultado final, é importante não esquecer que sempre haverá ao que se brindar. Um viva à poesia!


Letra: 


Se você vier
Pro que der e vier
Comigo...
Eu lhe prometo o sol
Se hoje o sol sair
Ou a chuva...
Se a chuva cair
Se você vier
Até onde a gente chegar
Numa praça na beira do mar
Num pedaço de qualquer lugar...
Nesse dia branco

Se branco ele for
Esse tanto
Esse canto de amor
Se você quiser e vier
Pro que der e vier
Comigo

Se você vier
Pro que der e vier
Comigo...
Eu lhe prometo o sol
Se hoje o sol sair
Ou a chuva...
Se a chuva cair
Se você vier até onde a gente chegar
Numa praça na beira do mar
Num pedaço de qualquer lugar...
Nesse dia branco

Se branco ele for
Esse canto
Esse encanto
Esse tão grande amor
Grande amor...
Se você quiser e vier
Pro que der e vier
Comigo

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Os Goonies



"A próxima vez que olharem para o céu, vai ser em outra cidade. A próxima vez que fizerem uma prova, será em outra escola. Nossos pais querem o melhor para nós, mas no momento eles têm que fazer o que é certo para eles, porque é o tempo deles. O tempo deles, lá em cima. Aqui em baixo é o nosso tempo".

A década de 80 foi mesmo um baú de tesouros. Cinematograficamente falando, lapidou esmeraldas maravilhosas. De modo curioso, a maioria dessas relíquias possui algo em comum: o fato de Steven Spielberg, o grande estimulador da imaginação oitentista, participar da produção.

Sendo roteirizado por Spielberg, com a ajuda de Chris Columbus, e dirigido por Richard Donner (responsável por todos os filmes da série Máquina Mortífera), Os Goonies estreou nos cinemas em 1985.

Os amigos Mickey, Bocão, Dado, Gordo e Brand estão tristes, pois o vilarejo em que residem será destruído em menos de 24 horas. Juntos, o grupo decide subir até o sótão da casa de Mickey, onde, revirando algumas bugigangas de seu pai, encontram um misterioso mapa. O documento aponta as coordenadas exatas para encontrar o tesouro perdido do lendário pirata Willy Caolho.




Os garotos, que se auto proclamam os Goonies, enxergando naquela descoberta a possibilidade de salvar suas moradias, seguem nessa jornada repleta de segredos, aventuras, romance, e muitas armadilhas. Para dificultar seus passos, no entanto, há uma família de malfeitores, os Fratelli, que está disposta a reivindicar o ouro pirata antes dos jovens heróis. 

Ainda que o longa possua todas as características e o formato adequado para se enquadrar no gênero infanto-juvenil, sendo um grande sucesso na época em que foi lançado, acaba se tornando um pouco vítima da maldição dos clássicos. Vendo-o hoje, são perceptíveis algumas falhas no roteiro, piadas fracas e personagens que poderiam ser mais bem trabalhados.


 


Contudo, sendo voltado para o público juvenil dos anos 80, há como relevar. E embora tenha elementos que podem ser vistos em outros filmes deste tipo, como o irmão mais velho que quer conquistar a garota popular da escola, o amigo gordo engraçado, ou o menino aprendiz de inventor, Os Goonies, de certa forma, é uma narrativa que permanece com seus encantos. 

Sendo assim, este é mais um clássico que os oitentistas tiveram o prazer de desfrutar. Recentemente, Spielberg tentou resgatar esse gênero com o fabuloso Super 8, filme bastante recomendado para quem sente falta de reviver aventuras. Os Goonies é apenas mais uma pérola que o baú dos anos 80 tem a oferecer. Que esse tesouro brilhe por muitos anos à frente.


Trailer (SEM LEGENDA):