sábado, 14 de maio de 2011

(500) Dias com Ela



Essa é uma história de um rapaz que conhece uma moça... Mas você tem que saber de antemão que não é uma história de amor”.


Os finais felizes encontrados em contos de fadas e filmes românticos foram feitos para criar na nossa mente uma imagem – total e essencialmente ilusória – de que tudo sempre acabará bem, que durante a eternidade todos os problemas serão resolvidos e que as pedras no nosso caminho serão retiradas de uma maneira ou de outra. Por quê? Porque, infelizmente, a realidade é dura e cruel.

É claro que para alguns, em geral as garotas adolescentes (muito embora as adultas também não escapem), a questão resumi-se em fé. A esperança imortal de encontrar a cara metade, na busca incessante de cruzar com o príncipe encantado predestinado a tornar seus dias mais felizes. Homens também pensam nas suas almas gêmeas, mas este é um assunto muito delicado para se detalhar e discutir.

Entretanto, não se pode viver sonhando; até mesmo porque a realidade insiste em nos trazer de volta ao chão o tempo todo. E às vezes, quando postados diante dela, somos agradecidos por nos mostrar as coisas como elas são. (500) Dias com Ela é uma comédia romântica/dramática bastante inovadora, pois não possui um final de contos de fada. Isto já fica evidente nos primeiros minutos justamente para quebrar paradigmas. Por essa razão, pelo realismo exaltado, que ganhou méritos comigo.

Nos momentos iniciais o espectador é apresentado a Tom Hansen (Joseph Gordon-Levitt), um rapaz que cresceu com o sonho de conhecer “a escolhida”. Em seguida conhecemos Summer Finn (Zooey Deschanel), uma moça que cresceu com pais separados, que teve relacionamentos frustrados e que prefere ser livre e independente por não acreditar solidamente no amor. Ambos trabalham na mesma empresa de cartões, portanto se conhecem e ficam cada vez mais íntimos. Durante 500 dias, de forma não-linear, testemunhamos cada avanço e regressão de um relacionamento intensamente incomum.

O diretor Marc Webb (diretor do novo Homem-Aranha/2012) fez um sublime trabalho em seu filme de estreia, juntamente com os roteiristas Scott Neustadter e Michael H. Weber. Eles conseguiram enfocar o amor dentro de uma perspectiva realista, fazendo as inocentes crenças de Tom colidirem com os valores aparentemente frios de Summer. Suas ideologias se cruzam, somam-se, e o resultado da equação gera um resultado cataclísmico para o jovem sonhador.

Não há como não se identificar com Tom e sua história. Eu já passei por isso, você provavelmente também. A pessoa se apaixona e cai na ilusão de que está sendo correspondido(a), e que através daquela recíproca frutos bons serão colhidos e novamente plantados, gerando um ciclo de alegrias sem fim. Depois que o disfarce cai e a decepção amorosa triunfa, o que resta é saborear o gosto amargo e azedo da depressão e melancolia. Imagine: tudo aquilo no qual você acredita pode reinar no mundo das ideias, porém não vale nada diante da realidade.

Acalme-se. Antes de encerrar esta postagem, leitor(a), preciso reconfortá-lo(a). (500) Dias com Ela nos revela uma nova abordagem de final feliz. É o remédio do novo século, se assim posso dizer, e a melhor solução que você poderá encontrar caso esteja passando por isso ou conheça alguém em situação similar: a superação. A chance de dar a volta por cima, de retomar suas forças e seguir adiante. Assim é a vida, uma montanha-russa, igual ao amor. E são nas curvas inesperadas e nas oscilantes subidas e descidas que as surpresas agradáveis estão escondidas. Talvez seja verdade que exista um pote de ouro no final de cada arco-íris, basta apenas achar o caminho certo neste vasto mundo de encruzilhadas.


Trailer:

2 comentários:

  1. Um filme belíssimo, simples e engaçado!

    ResponderExcluir
  2. Um filme belíssimo, simples e engraçado!² (Só pra ratificar sem erros...)

    ResponderExcluir