"Qual é o parasita mais resistente? Uma ideia. Uma simples ideia da mente humana pode construir cidades. Uma ideia pode transformar o mundo e alterar as leis. E é por isso que tenho que roubá-la."
Confesso que estava um pouco relutante para postar este comentário hoje, pois amanhã será o Dia Internacional do Canhoto, e cá estarei eu novamente despejando minhas tresloucadas palavras. Mas, como sou o dono deste blog, posso fazer um comentário na hora que bem entender, e, como acabei de sair da sessão do filme A Origem, vou aproveitar enquanto minha mente ainda está fresca.
A Origem é o mais novo filme de Christopher Nolan, mesmo diretor de Batman - O Cavaleiro das Trevas (filme já comentado aqui no blog). E devo dizer, caro(a) leitor(a), que senti a mesma sensação que tive quando assisti Matrix pela primeira vez. Para quem não conhece essa sensação, vou descrevê-la: é quando você assisti a algo que não está ali apenas para lhe entreter, mas para mexer exclusivamente com a sua mente, trabalhar seu raciocínio lógico, explorar os limites da sua imaginação. Já sentiu isso? Espero que sim.
O enredo de A Origem gira em volta de Dom Cobb (Leonardo DiCaprio), um extrator de segredos. Em outras palavras, pode-se chamá-lo de ladrão. Mas não um ladrão qualquer; um criminoso cuja área de trabalho são os sonhos. Nós não podemos tocar num sonho e certamente também não podemos senti-los. Simplesmente fechamos os olhos e caímos de cabeça no cenário criado ou relembrado pelo nosso cérebro. E se nós pudéssemos compartilhar um sonho com outra pessoa, ou melhor, com várias pessoas? É ao redor desse conceito que o filme funciona.
E é justamente nesse ponto que o filme trabalha a mente do espectador. Dom trabalha no ramo dos sonhos com o intuito de invadir a mente de um sujeito e através dela extrair seus segredos, como por exemplo, a senha de uma conta bancária, ou a senha que destranque um cofre, etc. O problema é que a imagem da sua mulher sempre aparece para atrapalhar seus planos; atormentado pela culpa de sua morte, ela permanece viva dentro do seu subconsciente.
Para piorar a situação, um magnata empresário encosta Dom contra a parede e lhe oferece uma proposta de trabalho. A grande dificuldade: ao invés de roubar uma ideia, Cobb terá que implantá-la na mente de um indivíduo. Sabendo dos riscos que isso implica no consciente de uma pessoa, ele aceita a oferta e em troca terá passagem livre para voltar para casa e reencontrar seus filhos. Ele monta sua equipe e juntos arquitetam um plano: um sonho por cima de outro sonho e mais outro, dividindo assim a cena do crime entre três níveis.
Mas como é de se esperar, nem todo crime é cheio de facilidades. Quando entram no sonho da vítima, descobrem que ela possui uma segurança do subconsciente: homens armados até os dentes prontos para matar os invasores. Igualmente quando nossos anticorpos reagem na presença de uma bactéria. Eu falei que era um filme que mexia com a imaginação...
Cenas repletas de ação, ótimas atuações, trilha sonora na medida certa, edição bem feita e, como é de se esperar de um filme de Chris Nolan, um roteiro formidável. Nolan superou-se outra vez. E espero que agora ele leve um oscar.
A Origem é mais um filme para guardar na lembrança... ou, será que devo dizer, nos meus sonhos?
Trailer:
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